A Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), o Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP) e a ASAE realizaram hoje, no Porto, uma sessão conjunta de coordenação técnica de controlo da vindima 2024.

Numa altura em que se intensificam as vindimas nas duas regiões produtoras limítrofes, preparam-se também ações conjuntas no terreno, nomeadamente no que diz respeito à fiscalização. Estas são ações que já se têm vindo a realizar em anos anteriores.

"O controlo aqui com a ASAE e o IVDP é mais focado na questão dos trânsitos de vinhos e de uvas durante esta fase de vindima", explicou Dora Simões, presidente da CVRVV, em declarações à agência Lusa.

Para além destas ações, a responsável disse existir um programa próprio da CVRVV, concretizado ao longo de todo o ano, que vai desde o controlo da vinha, aos armazéns, produtos vínicos na adega e rotulagem.

Dora Simões adiantou ainda que, com estas ações conjuntas, se pretende "garantir que o produto final cumpre todas as regras de rastreabilidade definidas para a região".

"O vinho verde é feito com uvas da região do Vinho Verde e, portanto, é necessário, para que isso se afirme, fazer o respetivo controlo das Denominações de Origem (DO) e é feito assim nesta região e nas outras regiões de origem também", explicou, realçando que "numa denominação de origem não entram uvas de outras regiões".

Em comunicado conjunto, os três organismos explicaram que esta reunião acontece no "seguimento dos compromissos assumidos pelas entidades na garantia da rastreabilidade das uvas dos respetivos produtores, assegurando o cumprimento da lei em matérias relacionadas com a defesa das DO e Indicação Geográfica (IG)".

Para além de Dora Simões, participaram no encontro Gilberto Igrejas, presidente do IVDP, e Luís Lourenço, inspetor-geral da ASAE, e o objetivo foi uma "troca de informações e partilha de conhecimentos no âmbito das suas atribuições e competências, no que se refere aos planos operacionais de controlo para as DO Vinho Verde e DO Douro e Porto".

"A continuidade da cooperação institucional e a adequada articulação entre estas entidades nos domínios de ação que visam o controlo da qualidade dos produtos de origem vitivinícola é garante de um maior rigor e acompanhamento, condições essenciais para a promoção e defesa do setor vitivinícola nacional para reforçar o controlo da origem dos vinhos Verdes e dos vinhos do Douro e do Porto", aponta ainda o comunicado.

O Ministério da Agricultura anunciou um reforço da fiscalização para impedir a importação ilegal de vinho e este reforço tem sido também uma das principais reivindicações dos viticultores do Douro para travar a entrada de uvas e de vinhos de fora da região demarcada.

Num comunicado divulgado em julho, o ministério disse que tem vindo a tomar medidas no setor para resolver um problema grave herdado da anterior governação que permitiu uma situação de um excedente de 'stock' de vinho sem precedentes.

Algumas medidas, especificou na altura, incluíram a proibição da entrada a granel, na Região Demarcada do Douro, de uvas, mostos, vinhos e outros produtos vínicos não abrangidos pelo estatuto de DO e IG, por parte do IVDP.

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