"É um sinal de esperança de que efetivamente se adotem medidas capazes", disse à entrada para a reunião.
Afirmando levar ao Governo "ideias firmes relativamente ao que é preciso fazer", Jorge Almeida disse ser necessário "alterar profundamente", nomeadamente os procedimentos.
"Os meios vão ser sempre muito poucos perante cenários como os que nós tivemos. Não vai ser possível nunca, com a forma como dantesca como os incêndios ocorrem, termos um bombeiro à volta de cada caso" acrescentou.
O presidente da Câmara de Águeda, um dos concelhos com maior mancha florestal do Distrito de Aveiro, adiantou aos jornalistas levar para a reunião um conjunto de ideias, esperando que a mesma "seja frutífera".
Jorge Almeida saudou a disponibilidade do Governo para ouvir o que têm a dizer os autarcas.
"Foi com muito agrado que nós recebemos esta disposição do Governo de nos ouvir, porque estávamos habituados a ouvir debitar um conjunto de regras, que às vezes não eram minimamente eficazes para aquilo que nós conhecemos", disse.
Pelo menos quatro pessoas morreram e 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem desde domingo a região norte e centro do país, como Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha e Sever do Vouga, distrito de Aveiro, destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas, como a A1, A25 e A13.
Hoje de manhã, cerca das 09:30, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registou mais de 140 ocorrências, envolvendo mais de 5.000 operacionais, apoiados por 1.600 meios terrestres e 21 meios aéreos.
A Proteção Civil estima que arderam pelo menos 10 mil hectares na Área Metropolitana do Porto e na região de Aveiro.
Desde domingo, as chamas chegaram aos distritos do Porto, em Gondomar, de Braga, em Cabeceiras de Basto, de Viseu, em Penalva do Castelo e Nelas (com seis feridos), e de Castelo Branco, em Louriçal do Campo. Mas foi o distrito de Aveiro, com 10 mil hectares já ardidos, o centro dos maiores focos de incêndio, em Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha e Águeda.
O Governo alargou até quinta-feira a situação de alerta devido ao risco de incêndios, face às previsões meteorológicas, e anunciou a criação de uma equipa multidisciplinar para lidar com as consequências dos fogos dos últimos dias, coordenada pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, que teve hoje a sua primeira reunião em Aveiro.
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