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Psicólogos portugueses querem IA discutida nas escolas. "Mais literacia"

O bastonário dos Psicólogos defendeu esta quarta-feira que o sistema educativo deve ensinar às novas gerações como funciona a Inteligência Artificial (IA) para prevenir os riscos do uso daquela tecnologia, uma preocupação acentuada com as recentes inovações.

Psicólogos portugueses querem IA discutida nas escolas. "Mais literacia"
Notícias ao Minuto

25/09/24 20:16 ‧ Há 2 Horas por Lusa

País Inteligência Artificial

A última versão da empresa OpenAI prevê que a IA possa iniciar uma interação com o utilizador, o que levanta questões em casos de instabilidade emocional, gerando dependências ou relações com a máquina, uma questão que já motivou críticas de várias associações de psicólogos no mundo inteiro.

 

Falando à Lusa à margem do 6.º Congresso da Ordem dos Psicólogos Portugueses, que teve hoje início em Lisboa, Francisco Miranda Rodrigues admitiu que "pessoas mais vulneráveis" podem ser particularmente afetadas, com a "substituição das interações com outras pessoas por interações com a máquina".

Este tema já foi objeto de um documento de reflexão da Ordem no ano passado e Francisco Rodrigues pede ao poder político que aborde a questão e promova a discussão, em particular no sistema educativo.

"A experiência que temos no passado sobre outros desenvolvimentos tecnológicos também nos devem fazer apontar para esta preocupação no sentido de agarrarmos [a tecnologia], de a dominarmos e termos competências para conseguir geri-la" em vez de a proibir ou limitar, explicou o bastonário.

Para o responsável, a gestão dos impactos da IA "passa por alguma regulação", mas também pela inserção do tema nos manuais escolares e no debate público.

"Temos vindo a fazer um caminho de há muitos anos de cada vez menos investimento na autonomização dos jovens" e "se quisermos ir mesmo a fundo de facto, o que se tem que ensinar é mesmo como é que o mecanismo funciona", não apenas no que diz respeito à tecnologia mas aos processos psicológicos que "nos levam a ficar muito vinculados e muito motivados para a utilização destas tecnologias", sustentou.

"Temos que investir mais na literacia sobre os processos mentais", afirmou, defendendo que a responsabilidade é de todos, mas em particular dos decisores políticos.

O bastonário considerou também que "todos temos uma parte a fazer" neste processo, mas "se não houver uma iniciativa da sociedade, então deve haver uma iniciativa do poder político", procurando "parceiros na comunidade educativa" e envolvendo as famílias na discussão dos impactos da IA na saúde mental e na educação.

Francisco Rodrigues espera que a discussão "seja alargada" e não se limite a "depositar na escola essa responsabilidade", como tem acontecido com a estratégia sobre o uso adequado de telemóveis entre os jovens.

"Não acho aceitável que, apenas quase até como descarte de consciência, se coloque a responsabilidade toda nas escolas, quando nós sabemos depois como é que é em casa", onde "não existe controlo", o que demonstra "uma enorme hipocrisia", afirmou ainda o bastonário. 

Leia Também: Mais de 100 tecnológicas comprometem-se a combater riscos da IA

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