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Apoios da UE pós-incêndios podem demorar? "Se acontecer, o OE suportará"

O Governo e o Presidente da República estão reunidos com autarcas em Sever do Vouga.

Apoios da UE pós-incêndios podem demorar? "Se acontecer, o OE suportará"
Notícias ao Minuto

30/09/24 14:26 ‧ Há 2 Horas por Cátia Carmo com Lusa

País Luís Montenegro

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, diz ter consciência da "pressão enorme" a que estão sujeitos os autarcas nesta fase pós-incêndios, em que as populações afetadas precisam de apoio para refazer as suas vidas e garantiu que vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance para garantir respostas "céleres" e "simples".

 

"Neste momento, precisamos de estar juntos, mais do que nunca. Não tenho dúvidas de que os autarcas vão receber uma pressão enorme. É mais fácil ir bater à Junta de Freguesia ou à Câmara Municipal do que ir a São Bento. Quero transmitir-vos que a rapidez com que fomos para o terreno foi já a pensar nessa circunstância. É preciso ser rápido e simplificar", afirmou Montenegro, numa reunião pública com autarcas em Sever do Vouga, onde está acompanhado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Para ressalvar que o Governo não quer perder tempo, Montenegro lembrou que o Executivo já adiantou, na semana passada, cem milhões de euros do Orçamento do Estado para não se "desculpar com alguma demora no diálogo com as instituições europeias".

Numa declaração anterior, também esta segunda-feira, o primeiro-ministro afirmou que estes "100 milhões de euros" já estão disponíveis "para iniciar a recuperação".

"Nós fomos capazes de ir para o terreno ainda estavam os incêndios a decorrer [...]. Interviemos num primeiro momento junto dos autarcas e já tomamos decisões. Já temos 100 milhões de euros disponíveis para iniciar o processo de recuperação. Temos um acordo com a Comissão Europeia para a utilização até 500 milhões de euros de fundos de coesão", garantiu.

Fogos.

Fogos. "Temos 100 milhões de euros disponíveis para iniciar recuperação"

Primeiro-ministro está de visita às zonas afetadas pelos incêndios florestais, durante o mês de setembro.

Notícias ao Minuto | 12:40 - 30/09/2024

Contudo, caso os apoios da União Europeia demorem mais do que o previsto, o primeiro-ministro garantiu que o "Orçamento do Estado suportará essa verba".

"Não vamos ficar dependentes. E nas obras de recuperação vamos criar instrumentos para que se possa avançar com 50% do apoio logo no início da obra", apontou o primeiro-ministro, referindo-se a algumas das soluções que foram encontradas para fazer face aos prejuízos dos incêndios.

"Vamos fazer uma avaliação profunda"

O primeiro-ministro reiterou ainda que é preciso fazer uma avaliação profunda sobre o combate, o sistema de emergência e Proteção Civil e a sua gestão, reforçando o esforço grande na investigação às causas dos incêndios.

"Vamos fazer uma avaliação profunda sobre tudo aquilo que foi o combate, o sistema de emergência e Proteção Civil e a sua gestão", afirmou Luís Montenegro, que fez questão de deixar uma palavra de respeito aos que estiveram no terreno a protagonizar a luta, muitas vezes absolutamente injusta, contra incêndios galopantes, como foi o caso de Vila Pouca de Aguiar.

O chefe do Governo e o Presidente da República sobrevoaram de helicóptero a área ardida no concelho do distrito de Vila Real e deslocaram-se, depois, em autocarro até à aldeia de Zimão, no concelho de Vila Pouca de Aguiar, onde ouviram as histórias de quem perdeu bens para as chamas.

O primeiro-ministro lembrou também que houve "muitas ocorrências ao mesmo tempo em muitos pontos do território".

"Nós tivemos que definir prioridades e foram definidas tendo por principal objetivo, em primeiro lugar, defender a vida das pessoas, em segundo lugar defender o património das pessoas e, por isso, é que mesmo aqui nesta aldeia, tirando a infelicidade das duas casas que arderam, é notória a preocupação que houve de garantir aqui que as casas eram salvaguardadas", frisou na altura.

Autarca de Vila Pouca de Aguiar queixou-se da falta de meios

Tal como em outros concelhos afetados, também a presidente da Câmara de Vila Pouca de Aguiar, Ana Rita Dias, se queixou na falta de meios terrestres e aéreos para combater os quatro fogos que deflagram no dia 16, em pontos distintos, e queimaram cerca de dez mil hectares até serem dados como extintos a 19 de setembro.

Luís Montenegro, que disse ter falado na altura com a autarca, recusou tirar conclusões precipitadas sobre o que se passou no terreno e salientou que o país não tem "um avião para estar em cada freguesia".

Autarca de Baião fala em

Autarca de Baião fala em "falta de meios" nos fogos ao lado de Montenegro

O primeiro-ministro e o Presidente da República estão a visitar áreas ardidas. Baião foi a primeira paragem.

Cátia Carmo | 11:28 - 30/09/2024

"Não atirem essas atoardas para o ar, pode ter havido falhas, eu não estou a dizer que não, pode ter havido falhas e pode ter havido mão criminosa. Nós vamos tentar perceber tudo, o que falhou, se falhou, na estrutura de combate, nas decisões que foram tomadas, e vamos tentar perceber o alcance daquilo que falhou antes, para não voltarmos a ter isso repetido", frisou.

Neste périplo pela áreas ardidas, Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro estão acompanhados pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, da Ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, e do secretário de Estado da Proteção Civil, Paulo Ribeiro.

Recorde-se que nove pessoas morreram e mais de 170 ficaram feridas em consequência dos incêndios. A ANEPC contabilizou oficialmente cinco mortos nos fogos.

Os incêndios florestais consumiram, entre os dias 15 e 20 de setembro, cerca de 135.000 hectares, totalizando este ano a área ardida em Portugal quase 147.000 hectares, a terceira maior da última década, segundo o sistema europeu Copernicus.

[Notícia atualizada às 15h06]

Leia Também: Marcelo e Montenegro sobrevoaram área ardida em Vila Real

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