Há cerca de um mês que vários peixes, essencialmente meros, com alterações de comportamento, começaram a surgir à tona de água ao largo de várias ilhas do arquipélago dos Açores, gerando preocupação por parte dos locais, assim como das autoridades.
A Direção Regional das Pescas recolheu algumas espécies – mero, veja, pargo e abrótea – para análise no Instituto OKEANOS (da Universidade dos Açores) e no Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Contudo, para já, ainda não há resultados, pelo que o Governo Regional decidiu interditar a captura e venda de meros temporariamente no arquipélago.
Apesar de ainda não se saber se se trata do mesmo problema ou não, em França e Espanha foram detetados vários casos semelhantes, de meros moribundos ou mortos, no último ano.
Conta o France Info que os animais foram atingidos pelo nodavírus, um vírus mortal que ataca o sistema nervoso dos peixes, mas que não é transmissível ao ser humano.
Porém, a situação está a preocupar os investigadores, uma vez que não há como lutar contra o nodavírus, detetado pela primeira vez em 1980.
Entre os sintomas, explicados por um especialista ao site francês, estão: "perda de escamas, olhos vidrados, descoloração da pele, distúrbios neurológicos, desorientação e aumento da bexiga, o que faz o peixe subir à superfície".
Também em Espanha foram reportados vários casos como estes, tal como descreveu o mergulhador David Valverde 'Chanquete' no Instagram.
Em 2015, já tinham sido noticiados vários casos de mortalidade entre meros devido ao vírus.
Desde aí, os investigadores reforçaram o seu sistema de monitorização e trabalham para determinar as causas do fenómeno.
A explicação pode estar relacionada com o aumento da temperatura da água.
Recorde-se que, a temperatura da água do mar esteve excecionalmente quente este verão, nos Açores, chegando aos 28ºC.
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