No final da reunião do Conselho de Ministros, o ministro da Presidência foi questionado se a reunião entre o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, poderá ser a última no âmbito das negociações orçamentais.
"Da parte do Governo, faremos todas as reuniões até ao ultimo minuto para conseguir aquilo que interessa ao país, que é ter um Orçamento aprovado", afirmou António Leitão Amaro.
Ainda assim, o ministro acrescentou que "não estão previstas reuniões com outras forças partidárias".
"Neste momento, o nosso foco é o diálogo com o partido aberto a poder viabilizar e a quem vamos apresentar uma proposta irrecusável", afirmou, repetindo a expressão utilizada pelo primeiro-ministro para classificar o que levará à reunião de quinta-feira com Pedro Nuno Santos.
Questionado sobre a proposta que o Governo irá apresentar ao líder do PS, Leitão Amaro escusou-se a adiantar o seu conteúdo.
"Já não faltam muitas horas e todos aguardaremos serenamente pela reunião já marcada, já conhecida entre o senhor primeiro-ministro e o líder do Partido Socialista", disse.
António Leitão Amaro aproveitou para assinalar que o executivo PSD/CDS-PP, que tomou posse em 02 de abril, completa hoje seis meses.
"Seis meses de muita ação, resolução de muitos problemas, seis meses também de um Governo de diálogo de compromissos com a sociedade", disse, enumerando os acordos já conseguidos com várias carreiras ou os parceiros sociais.
O primeiro-ministro e o secretário-geral do PS voltam a reunir-se na quinta-feira, ao final do dia, no âmbito das negociações do Orçamento do Estado para 2025, já depois do debate quinzenal na Assembleia da República.
Na sexta-feira passada, Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos, reuniram-se pela primeira vez para negociar o Orçamento do Estado, num encontro que terminou com posições aparentemente distantes mas sem rutura do processo negocial.
Depois do final da reunião, o secretário-geral do PS afirmou que recusa um Orçamento do Estado com as alterações ao IRS Jovem e IRC propostas pelo Governo ou qualquer modelação dessas medidas.
Pouco depois, Luís Montenegro classificava de "radical e inflexível" a proposta de Pedro Nuno Santos, mas prometia que, esta semana, iria apresentar uma contraproposta aos socialistas numa "tentativa de aproximar posições".
No encerramento das jornadas parlamentares conjuntas PSD/CDS-PP, na terça-feira, o primeiro-ministro afirmou que irá apresentar "aos partidos, mas em particular ao PS" uma proposta que classificou de irrecusável, à luz de princípios como o interesse nacional, a boa-fé ou a responsabilidade.
O Orçamento do Estado para 2025 tem de ser entregue na Assembleia da República até 10 de outubro e tem ainda aprovação incerta, já que PSD e CDS-PP somam 80 deputados, insuficientes para garantir a viabilização do documento.
Na prática, só a abstenção do PS ou o voto a favor do Chega garantem a aprovação do OE2025.
[Notícia atualizada às 19h03]
Leia Também: Aprovada proposta sobre Estatuto da Carreira de Investigação Científica