A polémica fuga de reclusos do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, ganhou esta segunda-feira novos contornos, depois de ter sido conhecido que um dos cincos evadidos foi detido em Marrocos.
Fábio Loureiro, mais conhecido por Fábio 'Cigano', foi detido na noite de domingo, em Tânger, numa operação policial internacional desencadeada em menos de 24 horas.
Quem é Fábio 'Cigano'?
Além de Fábio 'Cigano', Fábio Santos Loureiro é conhecido também pela alcunha 'Terror do Algarve'. O homem, natural de Lagoa, tem 33 anos, e foi condenado por vários crimes, entre eles rapto, tráfico de estupefacientes, associação criminosa, roubo à mão armada num total de 25 anos de prisão. Terá agora de responder também por evasão.
Entrou no Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus a 28 de março de 2023, após ser transferido do Estabelecimento Prisional de Pinheiro da Cruz (Grândola).
A detenção
O recluso, que fugiu há precisamente um mês do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, foi apanhado pelas autoridades marroquinas, em colaboração das autoridades espanholas, em estreita articulação com a PJ, que tinha informação credível de que o homem estaria em Marrocos.
Era alvo de um mandado de detenção internacional, emitido pela autoridade judiciária competente, constando de notícia vermelha na Interpol.
O português será agora presente às autoridades judiciárias de Marrocos tendo em vista a sua extradição para Portugal para efeitos de cumprimento de pena.
Quatro reclusos continuam em fuga
Recorde-se que quatro reclusos continuam em fuga - o português, Fernando Ribeiro Ferreira, um cidadão da Geórgia, Shergili Farjiani, da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e do Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer, com idades entre os 33 e 61 anos.
Foram condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.
A fuga de cinco reclusos considerados perigosos de Vale de Judeus, ocorrida a 7 de setembro, levou à demissão do então diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Rui Abrunhosa e Gonçalves, que foi substituído interinamente por Isabel Leitão, que já integrava aquela direção-geral tutelada pelo Ministério da Justiça.
A ministra da Justiça só falou publicamente da fuga três dias depois para afirmar que resultou "de uma cadeia sucessiva de erros e falhas muito graves, grosseiras e inaceitáveis".
Com base no relatório da auditoria à atuação dos serviços de vigilância e segurança, que foi elaborado pela Divisão de Serviços de Segurança da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Rita Alarcão Júdice explicou que a fuga dos reclusos "demorou seis minutos" e só foi detetada cerca de uma hora depois.
Leia Também: Detido em Marrocos um dos reclusos que fugiu da prisão de Vale de Judeus