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Cientistas voltam a manifestar-se na quarta-feira contra a precariedade

Cientistas voltam na quarta-feira a manifestar-se em Lisboa contra a precariedade laboral, um protesto que juntará vários sindicatos e organizações numa marcha entre o Ministério da Ciência e a Assembleia da República.

Cientistas voltam a manifestar-se na quarta-feira contra a precariedade
Notícias ao Minuto

17/10/24 21:11 ‧ Há 3 Horas por Lusa

País Lisboa

Em declarações à Lusa, José Moreira, presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior (Snesup), que hoje publicou no seu portal a convocatória da manifestação, disse que "é preciso saldar a dívida que o país tem" com os cientistas: "terem uma vida decente, com uma carreira".

 

Sem isso, segundo o sindicalista, não é possível ter "um sistema científico consolidado e mais competitivo".

José Moreira reconhece que "foram dados alguns passos", embora "muito lentos", para acabar com a precariedade, como a substituição de bolsas por contratos de trabalho, ainda que a termo, e o lançamento de um programa que permite o ingresso na carreira de investigadores com doutoramento concluído.

"O grande problema são os números", assinalou o dirigente, apontando que o recente programa FCT-Tenure (cofinanciado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia) abriu este ano 1.100 vagas para a carreira científica ou docente universitária, quando há 2.000 investigadores com "contratos de trabalho a acabar".

De acordo com o Snesup, que representa docentes e investigadores que trabalham nas universidades e nos institutos politécnicos, apenas 15% dos cientistas com contrato de trabalho estão na carreira, enquanto os restantes têm vínculos laborais precários.

"É preciso criar lugares de quadro", vincou, apontando que há cientistas com mais de 40 ou 50 anos sem uma vida estável.

A manifestação nacional contra a precariedade na ciência é promovida por várias estruturas, incluindo Snesup, Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Sindicato dos Trabalhadores de Arqueologia, Organização dos Trabalhadores Científicos, Associação dos Bolseiros de Investigação Científica e Associação de Combate à Precariedade - Precários Inflexíveis.

O Snesup emitiu um pré-aviso de greve para a próxima quarta-feira para "dar cobertura legal a quem tenha de ausentar-se do local de trabalho para participar na manifestação".

Também a Fenprof, que representa investigadores que são igualmente docentes, emitiu um pré-aviso de greve semelhante, reclamando "um mecanismo permanente de financiamento para a contratação para a carreira de investigação científica" e "financiamento consistente para o emprego científico de doutorados".

A manifestação começa com uma concentração em frente ao Ministério da Educação, Ciência e Inovação, segue em direção à sede da Fundação para a Ciência e Tecnologia e termina junto à Assembleia da República, onde em 18 de julho do ano passado houve um protesto contra a precariedade do trabalho científico quando a então ministra da Ciência, Elvira Fortunato, participava numa audição parlamentar sobre o assunto.

Também no ano passado, mas em 16 de maio, Dia Nacional dos Cientistas, investigadores saíram à rua em Lisboa contra a precariedade e em 03 de julho no Porto, quando decorria o encontro nacional de ciência.

Leia Também: Fenprof acha aumento na Educação insuficiente para resolver problemas

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