Camões. Mais de 200 moçambicanos bolseiros em universidades desde 2020
Mais de 200 jovens moçambicanos estudaram em universidades portuguesas como bolseiros do instituto Camões nos últimos quatro anos e só no ano letivo de 2023/24 foram atribuídas 75 bolsas de estudo, foi hoje anunciado.
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País Moçambique
"Portugal tem efetuado um esforço financeiro considerável para corresponder a estas expetativas. Neste sentido, em 2023, Portugal decidiu aumentar o seu contingente de bolsas para os PALOP [Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa], e Moçambique foi o país que mais se destacou, tendo passado de 57 para 75 bolsas anuais, nos três níveis de ensino superior", anunciou hoje o embaixador português em Maputo, António Costa Moura.
O diplomata falava na capital moçambicana, durante a cerimónia de despedida de mais um grupo de 13 estudantes moçambicanos que partem no domingo para iniciar os estudos, de licenciatura e mestrado, em várias universidades portuguesas, no ano letivo 2024/25, através de bolsas de estudo concedidas pelo Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, "pelo elevado mérito académico".
"Realço que do ano letivo 2020/21 ao ano letivo de 2023/24, 216 jovens moçambicanos encontravam-se em Portugal a estudar ao abrigo deste programa", recordou o embaixador português.
António Costa Moura recordou que o programa de bolsas de estudo do Estado português, já com quase meio século de existência, "continua a ser uma das grandes prioridades da Cooperação Portuguesa em Moçambique", com o qual Portugal tem "contribuído para a formação de capital humano de excelência com acesso a formação superior de elevada qualidade técnica e cientifica".
O diplomata salientou que "este é um dos programas que maior reputação tem entre os estudantes moçambicanas e que as autoridades moçambicanas sempre nos transmitem muito apreciar".
Gervim Bila, estudante moçambicano de 21 anos, está de malas feitas para Faro para iniciar a licenciatura em Biologia Marinha, integrando este grupo de 13 bolseiros do instituto Camões.
"Espero aprender bastante, estou mais ansioso pela parte prática, é uma grande promessa da Universidade do Algarve", confessou o jovem estudante, em declarações à Lusa, garantindo que para a escolha contribuiu a análise dos programas curriculares das universidades portuguesas.
"Foi uma escolha minha", garantiu, sobre a decisão de seguir para a universidade algarvia, na sua viagem de estreia para Portugal.
Para o outro extremo de Portugal parte Define Jamisse, 23 anos, de Maputo, para frequentar o mestrado em Geociências e Valorização dos Recursos Geológicos. Nos últimos meses procurou especificamente o curso que queria e a decisão foi rápida de tomar: "Tudo me foi direcionado para a Universidade do Minho".
Entretanto, já com as aulas a decorrerem em Braga, a estudante já está a assistir às aulas à distância e mantém já contacto com os professores e colegas.
"Estou a ser bem acolhida pelos professores (...) Já me disseram que quando chegar lá vão-me receber e vão dar-me as aulas que perdi", explicou.
Este grupo de 13 estudantes parte no domingo para frequentar cursos superiores em universidades em Lisboa, Porto, Aveiro e Coimbra, além de Faro e Braga.
"A concessão de bolsas de estudo a estudantes moçambicanos para o ensino superior em Portugal tem, de facto, um enorme significado no desenvolvimento das relações próximas, e que todos sabemos serem especiais, entre os nossos dois países, propiciando o estabelecimento de laços e pontes que nunca mais acabam para o resto da vida", destacou ainda o embaixador português, na cerimónia, concluindo: "Sejam felizes, estudem muito, aprendam, cultivem os hábitos de trabalho e de estudo, mas divirtam-se também. Mas tudo em conta, peso e medida".
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