O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, defendeu, esta quinta-feira, uma atitude de "tolerância zero à violência", disponibilizando ainda os meios da capital para ajudar os concelhos limítrofes que têm lidado com distúrbios após a morte de Odair Moniz, morador do Bairro do Zambujal, na Amadora, após ser baleado pela Polícia de Segurança Pública (PSP).
"Todos estes factos que estão a acontecer, em termos de violência, são inaceitáveis numa sociedade democrática e num Estado de direito. Portanto, tolerância zero à violência", afirmou o autarca, em declarações aos jornalistas.
O presidente da Câmara de Lisboa admite que há "factos que têm de ser investigados"; mas que há "uma violência que não pode ser permitida".
"A minha solidariedade imediata com todos os meus colegas presidentes de câmara que tiveram, realmente, ontem, uma noite muito complicada", sublinhou, manifestando "toda a disponibilidade da cidade de Lisboa" e dos seus "meios", nomeadamente da Polícia Municipal e Bombeiros, para "ajudar naquilo que seja necessário".
Moedas voltou a sublinhar que o "caminho da violência" não é o desejado e reforçou: "Um país como Portugal, uma democracia como a nossa, que não deixemos o país ir por esse tipo de caminhos. O caminho da violência não é possível. Nós não queremos isso e isso não é Portugal. Os portugueses não são assim, os lisboetas não são assim nem todos aqueles que vivem na Grande Lisboa".
Desta forma, o autarca fez "um apelo à serenidade de todos" e assegurou que o Governo está atento e "todas as medidas estão a ser tomadas", de acordo com as conversações que manteve com os membros do Executivo.
Recorde-se que Odair Moniz, de 43 anos, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, na Amadora, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa. Desde a morte, têm ocorrido distúrbios em vários bairros da região.
Na segunda-feira, o Ministério da Administração Interna determinou à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) a abertura de um inquérito urgente e também a PSP anunciou a abertura de um inquérito interno para apurar as circunstâncias da ocorrência.
O agente que baleou o homem foi constituído arguido, indicou fonte da Polícia Judiciária.
[Notícia atualizada às 17h21]
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