"Senhor primeiro-ministro, sendo a saúde afirmada como área prioritária deste Governo, eis aqui um exemplo da força do SNS e de como foi possível articular as instituições, galvanizar as vontades e obter os recursos necessários para viabilizar excecional e benéfico para a saúde dos portugueses", referiu Júlio Oliveira hoje no IPO do Porto.
O presidente da instituição falava na cerimónia de assinatura de colaboração com a Fundação Amancio Ortega para a criação do Centro Nacional de Protonterapia, que a fundação espanhola equipará através de uma doação de 80 milhões de euros.
Júlio Oliveira recordou os "bons ventos de abril", mês em que se celebraram 50 anos tanto da Revolução dos Cravos como do próprio IPO do Porto, após cujo aniversário a direção se deslocou à Corunha, na Galiza (Espanha), rumo à sede da Fundação Amancio Ortega, dono do grupo Inditex.
"Levámos um sonho e um desafio. Um sonho de procurar oferecer em Portugal ainda melhores e mais avançadas condições de tratamento para o cancro, redobrando a esperança dos portugueses, que depositam nesta instituição do Serviço Nacional de Saúde, e o desafio lançado à Fundação Amancio Ortega" de "replicar em Portugal o processo que em Espanha alavancou a criação de centros de protonterapia", lembrou.
A protonterapia, atualmente inexistente em Portugal, é considerada uma técnica de radioterapia inovadora e de maior precisão, com menos efeitos secundários do que a radioterapia convencional.
O tratamento de doentes oncológicos com protões é apontado como especialmente relevante em doentes com longa sobrevivência, particularmente na população pediátrica.
"Em nome da região Norte, de Portugal e dos doentes oncológicos que servimos e que iremos melhor servir no futuro, fruto desta doação, muito, muito obrigado", disse Júlio Oliveira à presidente da Fundação Amancio Ortega, Flora Pérez Marcote, ao que se seguiu uma longa salva de palmas na audiência.
A responsável pela fundação galega assinalou que "nada é mais satisfatório que oferecer o seu apoio a serviços públicos que com garra e firmeza desejam levar as melhores condições de saúde aos seus cidadãos".
"Além do protocolo e do que ele significa para este sistema público de saúde de Portugal, este ato faz-nos sentir vinculados a esta sociedade portuguesa, que amamos. Um país com o qual sempre tivemos uma estreita relação por diferentes motivos", assinalou a responsável.
A concretização do futuro Centro Nacional de Protonterapia (CNP) estima-se estima num prazo de três a quatro anos, e será financiada "quase na sua totalidade por fundos comunitários provenientes do Programa Regional Norte 2030", lê-se na informação disponibilizada pelo IPO à Lusa.
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