Cimeira bilateral entre Cabo Verde e Portugal deverá acontecer em janeiro

A próxima cimeira bilateral entre os governos cabo-verdiano e português deverá acontecer a 28 de janeiro do próximo ano, anunciou a embaixada cabo-verdiana na Internet, após um encontro entre os chefes da diplomacia dos dois países.

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Lusa
24/10/2024 22:34 ‧ há 5 semanas por Lusa

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O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, recebeu na quinta-feira, no Palácio das Necessidades, em Lisboa, o homólogo cabo-verdiano, recém-empossado Filomeno Monteiro.

 

Os dois ministros "passaram em revista as relações de cooperação", refletidas no Programa Estratégico de Cooperação (PECC) 2022-2026 "que será objeto de uma avaliação mais detalhada na próxima cimeira bilateral entre os dois Governos, com data indicada para 28 de janeiro do próximo ano", anunciou.

A cimeira foi anunciada durante a visita do primeiro-ministro, Luís Montenegro, a Cabo Verde, em abril, prevista para Portugal.

No encontro com Paulo Rangel, Filomeno Monteiro lamentou ainda "o incidente que conduziu à morte de um cabo-verdiano na zona da Cova da Moura e expressou a sua confiança na justiça portuguesa", numa alusão à morte de Odair Moniz e refletindo as posições já assumidas pelo Presidente e pelo primeiro-ministro cabo-verdianos.

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde reiterou o apelo "à calma e serenidade, evitando-se atos que possam perturbar a paz pública e lesar direitos de terceiros, situações que não contribuem de forma alguma para um ambiente que facilite a busca da verdade e a realização da justiça". 

Odair Moniz, de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.

Segundo a PSP, o homem pôs-se "em fuga" de carro depois de ver uma viatura policial e "entrou em despiste" na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, "terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca".

A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação "séria a isenta" para apurar "todas as responsabilidades", considerando que está em causa "uma cultura de impunidade" nas polícias.

A Inspeção-Geral da Administração Interna abriu um inquérito urgente e também a PSP anunciou um inquérito interno, enquanto o agente que baleou o homem foi constituído arguido.

Desde a noite de segunda-feira registaram-se desacatos no Zambujal e, desde terça-feira, noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados autocarros, automóveis e caixotes do lixo. 

Mais de uma dezena de pessoas foram detidas, o motorista de um autocarro sofreu queimaduras graves e dois polícias receberam tratamento hospitalar, havendo ainda alguns cidadãos feridos sem gravidade.

Leia Também: Cabo Verde. Universidade promove projetos de desenvolvimento sustentável

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