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Linha de Apoio Psicológico para Cuidadores com 279 chamadas até outubro

A Linha de Apoio Psicológico para os Cuidadores Informais, da associação Europacolon Portugal, recebeu 279 chamadas desde o início do funcionamento, sobretudo de mulheres cuidadoras que se queixam da sobrecarga de um trabalho que ocupa 24 horas do dia.

Linha de Apoio Psicológico para Cuidadores com 279 chamadas até outubro
Notícias ao Minuto

05/11/24 19:19 ‧ Há 3 Horas por Lusa

País cuidadores informais

Quando se assinala o Dia Mundial do Cuidador Informal, o coordenador da Linha de Apoio fez um balanço do funcionamento deste serviço e adiantou que desde que entrou em funcionamento, em setembro de 2023, e até ao dia 03 de outubro, receberam "cerca de 279 chamadas".

 

"Dessas chamadas foram transformadas em 90 consultas, em que 49 delas foram presenciais e 41 online", adiantou o psicólogo André Louro, acrescentando que a maioria dessas chamadas foi feita por mulheres.

O responsável explicou que é feita uma triagem, consoante as necessidades da pessoa que liga, porque esta é uma linha que presta apoio psicológico, apesar de haver quem ligue a pedir informações ou a pedir outro tipo de ajudas, como uma cadeira de rodas ou uma cama articulada.

"A função desta linha não é isso, a função é sobretudo ajudar as pessoas no sentido de lidar melhor com a situação pela qual estão a passar e terem um melhor autocuidado delas próprias e conseguirem também dar o cuidado a quem cuida", apontou André Louro.

Adiantou que a criação da linha surge na sequência de um estudo que concluiu que "a melhor forma de as pessoas [cuidadoras] acederem a este tipo de apoio era através da linha de telefone".

"Primeiro, porque é de âmbito nacional, portanto, qualquer pessoa, em diferentes partes do país, pode ligar para a linha, segundo não precisa se deslocar, porque muitas vezes acabam por estar sobrecarregados a ter que cuidar", salientou.

De acordo com o responsável, no processo de triagem são analisadas as situações que podem ser imediatamente resolvidas e as que precisam de acompanhamento, sendo que neste último caso podem ser encaminhadas para consultas presenciais, caso o cuidador resida na zona do Porto, onde a associação tem sede.

Quando tal não é possível, a consulta pode ser feita à distância, tanto por telefone como online.

"Fazemos uma avaliação psicológica consoante as necessidades. Depois, a partir daí, o que trabalhamos com as pessoas é sobretudo [analisar] que recursos é que elas têm, que recursos é que não têm e o que é que é preciso fazer para ter esses recursos", explicou o psicólogo.

Nesse processo, os três psicólogos que trabalham na linha, ajudam a pessoa cuidadora a "ventilar as suas emoções" para que ela consiga "reestruturar as ideias, os pensamentos", o que "também alivia".

Trabalham também no sentido de ajudar a que as pessoas sejam proativas a encontrar soluções, seja na procura de apoio na rede de amigos ou família, seja a melhorar a comunicação já que, apontou André Louro, ainda há muita vergonha no momento de aceitar que é preciso ajuda.

Explicou que também é trabalhada a necessidade do autocuidado, salientando que só é possível ajudar a pessoa cuidada se a pessoa cuidadora estiver bem.

De acordo com o responsável, as pessoas que ligam para a linha de apoio queixam-se sobretudo de estarem sobrecarregadas com um trabalho que ocupa as 24 horas do dia e nas quais "estão constantemente a cuidar do outro".

A linha, que funciona através do número 808 200 199, estava inicialmente pensada para funcionar pelo período de um ano, até setembro de 2024, mas a associação conseguiu garantir financiamento para que ela se mantenha operacional até ao final do ano.

André Louro disse ainda que estão agora a tentar garantir financiamento que mantenha a linha em funcionamento por mais um ano.

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