Uma idosa morreu depois de se ter sentido mal no Tribunal de Almada, onde se encontrava a prestar declarações sobre um caso de violência doméstica, no qual era vítima, na segunda-feira.
A mulher, na casa dos 70 anos, sentiu-se mal e o tribunal tentou contactar o INEM, mas sem sucesso. De acordo com o Público, que avançou primeiramente com a notícia, a resposta do INEM demorou cerca de 1h30.
Perante a demora, o tribunal recorreu à PSP.
Segundo o Notícias ao Minuto confirmou junto de fonte do Comando da PSP de Setúbal, agentes da esquadra de Almada foram acionados para o local, tendo procedido ao transporte da idosa para o Hospital Garcia da Orta, em Almada, em estado grave.
A mulher acabou por morrer no dia seguinte, terça-feira.
Após saber da morte da mulher, “o Ministério Público ordenou que o corpo regressasse às instalações do hospital, com vista à realização de autópsia médico-legal”, informou a Procuradoria-Geral da República (PGR) num esclarecimento adicional enviado ao Público, onde se depreende que foi aberto um inquérito para investigar a causa e as circunstâncias da morte.
Recorde-se que, naquele dia, realizou-se mais um dia de greve às horas extraordinárias dos técnicos de emergência pré-hospitalar (TEPH), bem como uma greve da Função Pública.
A paralização dos técnico do INEM, que começou na passada quarta-feira, afetou o normal funcionamento da linha 112, tendo sido recomendando que as pessoas não desligassem as suas chamadas até serem atendidas. O atraso no atendimento das chamadas poderá, esta segunda-feira, ter causado a sua terceira vítima mortal.
Paralisação no INEM já fez três mortes?
Na segunda-feira, o Governo pediu uma auditoria interna ao INEM para avaliar as condições em que ocorreram duas mortes nos três dias anteriores por alegado atraso no atendimento na linha 112, anunciou o Ministério da Saúde (MS).
O Ministério da Saúde adiantou, em comunicado, que estava a acompanhar toda a situação que envolve o atraso das respostas do INEM no atendimento de duas chamadas de emergência e lamentou "as mortes ocorridas, cujas circunstâncias estão a ser averiguadas".
As vítimas eram uma mulher de 94 anos que, no sábado, sofreu uma paragem cardíaca, em Tondela. Um familiar conseguiu ligar para a linha 112 às 9h34, mas a chamada só foi transferida para o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) às 10h19, cerca de 45 minutos depois. A mulher ainda foi transportada para o centro hospitalar de Lamego, onde foi declarado o óbito.
Na passada quinta-feira, em Bragança, a mulher de um homem em paragem cardíaca esteve mais de uma hora a tentar ligar para o 112 e, quando foi atendida, explicou que o marido estava naquela situação há mais de uma hora e que, durante todo aquele tempo, ninguém atendeu. O óbito foi declarado no local.
O presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), Rui Lázaro, acredita que se estas chamadas tivessem sido atendidas e ativadas as viaturas médicas necessárias, "o desfecho da situação poderia ter sido outro".
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