"Que espera o primeiro-ministro para demitir a ministra da Saúde?"
As falhas ou atrasos na resposta do serviço 112 e no encaminhamento para os CODU, do INEM, devido à greve dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, têm gerado uma forte polémica.
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Política INEM
A antiga diplomata Ana Gomes defendeu, este sábado, a demissão da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, devido à crise no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
"Já são 11 mortos à conta da greve a horas extraordinárias do INEM e da inação da ministra Saúde para a evitar", começou por escrever Ana Gomes na rede social X (antigo Twitter).
"A ministra mentiu, dizendo que não sabia da greve. Não fez ainda o que elementar decência impõe: apresentar a demissão. Que espera o primeiro-ministro para a demitir? Quantos mortos mais?", questionou a socialista.
Estas medidas surgem depois de várias críticas e queixas a alegados atrasos e falhas do INEM, que terão causado a morte a, pelo menos, 10 pessoas. Segundo a RTP, que cita os Bombeiros de Matosinhos-Leça, são já 11 vítimas, após mais um óbito, em Matosinhos, na segunda-feira.
O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) denunciou no sábado as primeiras duas mortes que terão acontecido devido à greve. Após esta denúncia, vários outros casos foram noticiados, tendo o Ministério Público aberto inquéritos a algumas destas situações, bem como a Inspeção Geral das Atividades de Saúde (IGAS).
Vários dirigentes políticos têm defendido a demissão de Ana Paula Martins, mas o primeiro-ministro já veio defender que os problemas "não se resolvem" demitindo a ministra, referindo ainda que isso se aplica a "todos os membros do Governo".
"A consequência política, quando há problemas, é resolvê-los; essa é a consequência política. A consequência política não é, para ser direto a responder à sua pergunta, mudar pessoas para o problema continuar; é o contrário, é resolver o problema para que nós possamos continuar cada vez mais a prestar bom serviço", salientou Luís Montenegro, em declarações aos jornalistas portugueses em Budapeste, no final de uma reunião informal do Conselho Europeu, na sexta-feira.
Saliente-se que greve foi suspensa na quinta-feira, dia em que a ministra da Saúde convocou o sindicato representativo dos técnicos para uma reunião, a qual levou à assinatura de um protocolo negocial com a tutela.
Na segunda-feira, a greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar obrigou à paragem de 44 meios de socorro no país durante o turno da tarde, agravando-se os atrasos no atendimento da linha 112.
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