Morreu Celeste Caeiro, a mulher que deu cor de cravo ao 25 de Abril

Celeste Caeiro foi a mulher que, a dia 25 de Abril de 1974, distribuiu cravos pelos militares que davam o passo derradeiro da Revolução. Morreu hoje aos 92 anos de idade.

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Anabela Sousa Dantas com Lusa
15/11/2024 14:50 ‧ 15/11/2024 por Anabela Sousa Dantas com Lusa

País

Celeste Caeiro

Morreu esta sexta-feira, aos 92 anos de idade, Celeste Caeiro, a mulher que se eternizou no dia 25 de Abril de 1974 ao distribuir cravos pelos militares - um ato que acabou por se tornar símbolo da Revolução.

 

A informação foi confirmada ao Notícias ao Minuto por fonte do PCP.

A neta de Celeste, Carolina Caeiro Fontela, deixou homenagem nas redes sociais. "Para sempre a minha Avó Celeste! Olha por mim", escreveu, conforme pode ver mais abaixo.

No ano de 1975, Celeste tinha 40 anos de idade e trabalhava num restaurante na Rua Braancamp, em Lisboa. No dia 25 de Abril, apercebendo-se da Revolução, foi até ao Chiado e viu o aparato. Perguntou a um militar o que se passava e disseram-lhe que iam para o Carmo deter o Marcelo Caetano.

“Um dos soldados pediu-me um cigarro. Nunca fumei e tive pena de não o poder ajudar. Ainda olhei em volta para ver se lhe podia comprar um maço mas estava tudo fechado. Disse-lhe ‘Só tenho estes cravinhos’”, disse Celeste, em 2016, ao Notícias ao Minuto.

No último desfile do 25 de Abril, quando se comemoraram 50 anos da Revolução dos Cravos, Celeste marcou presença na Avenida da Liberdade, um momento emocionante para muitos dos presentes.

Queria ir e foi. 'Celeste dos Cravos' desfilou na Avenida (e há imagens)

Queria ir e foi. 'Celeste dos Cravos' desfilou na Avenida (e há imagens)

Comemoram-se esta quinta-feira, 25 de abril, 50 anos desde que Celeste Caeiro deu um cravo vermelho a um soldado, tornando-se assim uma das protagonistas da Revolução.

Daniela Carrilho | 23:12 - 25/04/2024

O Notícias ao Minuto entrevistou Celeste em 2016, que confessou que ainda se “comove” ao recordar aquele dia. “Esta rapariga é maluca! Vais levar um tiro!”, ter-lhe-á dito a mãe, preocupada, sem perceber bem que movimentações eram aquelas nas ruas.

Se há meia vida Celeste fumasse, o 25 de Abril seria hoje diferente

Se há meia vida Celeste fumasse, o 25 de Abril seria hoje diferente

Quando um soldado lhe pediu um cigarro, Celeste Caeiro não tinha nenhum para lhe dar. Sentiu-se mal por não poder ajudar a revolução com um pedido tão simples e ofereceu antes um cravo.

Carolina Rico | 08:20 - 25/04/2016

A história de Celeste Caeiro, entrelaçada com aspetos políticos e sociais da época, foi contada num documentário da Comissão dos 50 anos do 25 de Abril, com argumento original de Vilma Reis e Roberto Faustino e produção de Tino Navarro e MGN Filmes Lisboa.

Na sessão solene das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, o deputado do Livre e historiador Rui Tavares pediu que o parlamento homenageie as mulheres do país através da estátua de Celeste, que saiu com uma braçada de cravos no dia 25.

Por proposta do PCP, a Câmara de Lisboa aprovou por unanimidade, no dia 7 de maio, homenagear-se Celeste Caeiro com a atribuição da medalha de honra da cidade de Lisboa e a realização de uma "intervenção evocativa, a ser implantada num espaço público", o que ainda não aconteceu.

[Notícia atualizada às 17h42]

Leia Também: José Luis Peixoto e Judite Canha Fernandes na Feira do Livro de Miami

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