Sob o mote "aumentar salários e pensões, defender os serviços públicos e funções sociais do Estado e pelo direito à saúde, educação e habitação", a concentração começou pelas 11:10, juntando "milhares de trabalhadores" para demonstrar "repúdio pelas políticas que estão a ser seguidas", que "não respondem aos principais problemas" do país, afirmou o secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional (CGTP-IN).
A iniciativa é "simbólica", dado que sucedeu horas antes da votação final global do OE2025.
"Sabemos perfeitamente ao que vem o PSD/CDS, sabemos o que foram as suas políticas no tempo da 'troika' [...] e este orçamento não responde aos trabalhadores, não responde aos reformados e não responde aos jovens", acrescentou Tiago Oliveira.
A CGTP pede, por isso, uma "política diferente, de valorização dos salários" e que permita "uma vida melhor", considerando ainda que o aumento de 50 euros para o salário mínimo nacional no próximo ano "não vai transformar a vida" de quem viu os custos da habitação dispararem.
Durante o protesto, que durou quase uma hora e terminou com a aprovação de uma resolução e um assobio ao OE2025, foram ouvidas palavras de ordem como "para os patrões são milhões, para os salários são tostões", "o público é de todos, o privado é só de alguns" ou "não podemos aceitar empobrecer a trabalhar".
Outro dos momentos "quentes" sucedeu quando elementos do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa chegaram à Assembleia da República para retirar os pendões colocados pelo Chega, o que levou os manifestantes a entoarem "25 de abril sempre, fascismo nunca mais" e "somos muitos, muitos mil para continuar abril".
Nesta concentração, esteve também presente o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo.
A concentração na Assembleia da República foi antecedida por duas concentrações prévias, uma na Praça de Luís de Camões, onde se reuniram trabalhadores do distrito de Lisboa, e outra na Estrela, juntando os trabalhadores dos distritos de Setúbal, Santarém, Leiria e Évora.
A central sindical exige uma "política alternativa, que distribua a riqueza produzida pelos trabalhadores de forma justa", e que "defenda e invista nos serviços públicos e funções sociais do Estado", bem como que "respeite e valorize o trabalho e os trabalhadores".
No caderno reivindicativo, a CGTP exige um aumento salarial de, pelo menos, 15%, num mínimo de 150 euros para todos os trabalhadores a partir de janeiro do próximo ano, bem como o aumento do salário mínimo nacional dos atuais 820 euros para 1.000 euros.
De notar que, na quinta-feira, o Governo aprovou, em Conselho de Ministros, o decreto-lei que aumenta o salário mínimo nacional para 870 euros em 2025, tal como previsto no acordo assinado em sede de Concertação Social, e em que a CGTP ficou de fora.
[Notícia atualizada às 13h42]
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