O Ministério dos Negócios Estrangeiros revelou, esta sexta-feira, que a Embaixada de Portugal foi afetada pelos "ataques desta madrugada" a Kyiv, na Ucrânia.
"O Governo português condena de forma veemente os ataques desta madrugada a Kyiv, que causaram danos materiais em diversas missões diplomáticas, incluindo a chancelaria da Embaixada de Portugal", lê-se num comunicado enviado às redações.
Na nota, o ministério tutelado por Paulo Rangel frisou que "é absolutamente inaceitável que qualquer ataque possa visar ou ter impacto em zonas de instalações diplomáticas".
Face ao incidente, o Encarregado de Negócios da Federação Russa foi "chamado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para que seja apresentado um protesto formal junto da Federação Russa".
Em declarações aos jornalistas, Paulo Rangel explicou que o ataque afetou instalações diplomáticas de cinco outros países, como a Argentina e a Alemanha. "É absolutamente inaceitável que se façam alvos nas missões diplomáticas", reiterou.
Em causa estiveram "duas explosões com danos materiais relativamente ligeiros".
Será chamado o Encarregado de Negócios da Federação Russa para apresentar um protesto formal, "uma vez que o embaixador não está em Lisboa".
Portugal quer esclarecimentos
O Presidente da República afirmou, em declarações aos jornalistas, que se trata de uma violação "do direito internacional". "Portugal não tinha outra solução do que reagir, com firmeza e imediatamente", afirmou, ainda, considerando que esta situação abre agora um "precedente".
Já o primeiro-ministro, Luís Montenegro, reagiu ao ataque indicando que "Portugal exige o estrito respeito pelo direito internacional". Numa publicação, na rede social X, o governante descreveu o ataque como "horrível".
Reações internacionais imediatas: "Solidariedade com Portugal"
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, foi das primeiras vozes internacionais a reagir ao incidente, apontando que o "desrespeito de Putin pela lei internacional atingiu um novo patamar". "Solidariedade com Portugal", escreveu, em português, a presidente do executivo comunitário.
Seguiu-se a alta-representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas, que condenou o "ataque bárbaro".
[Notícia atualizada às 14h10]
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