O primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou que Portugal deve olhar para os imigrantes que procuram o país "como novos portugueses".
"Eu ainda não era o líder do PSD, estava aliás muito longe de pensar ainda vir a ser, e já alertava o país para a necessidade que nós íamos ter a médio prazo de recrutar mais recursos humanos no estrangeiro. Fiz isso em congressos do PSD, por exemplo, no início de 2018, chamando a atenção para a necessidade de o país ter de abrir o seu pensamento para novos tempos e chamar pessoas interessadas em subir na vida, em ter uma atividade profissional e procurar melhores condições de vida", defendeu Montenegro em entrevista ao Diário de Notícias.
Montenegro rejeitou colagens a extremismos, garantindo que "não há nenhum intuito", nem nas forças de segurança nem no Governo, "de perseguição e de estigmatização" de comunidades.
"Agora, naquela zona e naquela rua houve crimes graves e violentos nos últimos tempos. Isso já foi explicado pelas forças policiais. Desde assaltos à mão armada, com armas de fogo, com armas brancas", explicou o primeiro-ministro.
No entanto, admite que não gostou de ver as polémicas imagens com as pessoas encostadas à parede, de mãos ao alto, sob supervisão da polícia.
"No sentido visual, não gostei de ver. É uma situação anómala, que não é o dia a dia. Mas devo dizer outra coisa, com a mesma honestidade: lembro-me de ter visto muitas mais imagens daquelas. Até noutro tipo de operação policial, de rusgas, nomeadamente, com fenómenos ligados à noite, discotecas que foram alvo de rusgas em que as pessoas, normalmente miúdos e miúdas, jovens, saíram e tiveram que fazer o mesmo que estas pessoas", acrescentou.
Dois homens foram detidos na sequência desta operação, um por posse de arma proibida e droga e outro por suspeita de pelo menos oito crimes de roubo.
A ação da PSP tem sido criticada por associações de imigrantes, grupos antirracismo e várias forças políticas, que acusam a polícia de estar ao serviço da propaganda do Governo contra os cidadãos estrangeiros irregulares.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, também considerou que as ações da polícia devem ser feitas com recato.
Leia Também: Montenegro está com a "consciência pesada" sobre operação no Martim Moniz