Política internacional com "maior expressão" na informação das TV em 2023

A política internacional registou "maior expressão" na informação diária de horário nobre das televisões em 2023, segundo a análise da ERC, enquanto a presença de cidadãos portadores de deficiência, migrantes e minorias teve "um peso marginal".

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Lusa
03/01/2025 13:37 ‧ ontem por Lusa

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Esta informação consta do "Relatório de Análise do Pluralismo e da Diversidade na Informação Diária de Horário Nobre da RTP1, RTP2, SIC, TVI e CMTV 2023" hoje divulgado pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).

 

De acordo com a análise, "em 2023, a política internacional regista maior expressão em comparação com os anos anteriores, sendo a subcategoria temática conflitos armados a mais frequente" e "a presença de cidadãos portadores de deficiência, de migrantes e das minorias étnicas, religiosas, linguísticas e culturais regista um peso marginal nas peças dos serviços noticiosos analisados, tanto como fonte de informação como protagonistas da peça".

As três temáticas dominantes no 'Telejornal' (RTP1), no período em análise, foram política nacional, política internacional e desporto, enquanto no 'Jornal da Noite' (SIC) e 'Jornal Nacional' (TVI) os temas em destaque são política nacional, política internacional e ordem interna, segundo o documento.

Já o 'Jornal 2' (RTP2) teve como temas dominantes a política nacional, política internacional e cultura e no 'Grande Jornal' (CMTV) a ordem interna, política nacional e sistema judicial reúnem 64% das peças deste serviço noticioso.

"Esta análise é feita por amostragem e considera variáveis que permitem identificar os principais temas cobertos, os enfoques geográficos privilegiados, as fontes e os atores (protagonistas) em 3.952 peças de noticiários", salienta a ERC, tendo o trabalho sido elaborado pelo Departamento de Análise de Media da entidade reguladora.

Numa análise sobre diversidade geográfica, "observa-se que a maioria das peças dos noticiários cobre acontecimentos ocorridos ou com alcance no território nacional".

As diferentes regiões de Portugal "são referidas pelos noticiários. Contudo, grande parte dos assuntos relacionados com o país é mencionada de forma genérica sem que seja destacada uma região particular, com exceção do 'Grande Jornal' (CMTV), que se destaca por apresentar o maior número de peças sobre acontecimentos ou factos (principalmente da ordem interna) relacionados com as diferentes regiões do país", refere o relatório.

Conclui-se ainda que "predomina na cobertura informativa o que acontece ou se relaciona com a região da Grande Lisboa e constata-se que a Região Autónoma da Madeira, a Região Autónoma dos Açores, o Alentejo e o Algarve surgem num número residual de peças".

No que respeita à diversidade e ao pluralismo de fontes de informação explicitadas nas peças analisadas, "constata-se que as fontes oriundas das áreas da política nacional, política e comunidade internacional e sociedade estão mais presentes nos noticiários da RTP1, SIC e TVI e no 'Jornal 2' (RTP2), "além da política nacional e da política e comunidade internacional, destacam-se também as fontes da política e comunidade europeia".

Já no 'Grande Jornal' (CMTV) "a política nacional, ordem interna e sociedade são as categorias de fontes mais frequentes".

Outra das conclusões é que "as fontes de informação do sexo masculino sobressaem em todos os serviços noticiosos, sendo o 'Jornal 2' o bloco informativo onde esta tendência é mais evidente, com um peso de 81%".

Já as fontes noticiosas do sexo feminino "apresentam um peso de 17% no serviço noticioso da RTP2, e um peso de 27% no 'Telejornal', da RTP1 e no 'Jornal da Noite', da SIC".

Além disso, "constata-se que a generalidade das peças dos telejornais de horário nobre é personalizada e, apesar de haver diversidade e pluralismo, os atores principais pertencem, em primeiro lugar, às categorias da política nacional (o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e vários ministros), exceto no 'Grande Jornal' (CMTV), onde dominam os atores da ordem interna (vítimas)".

O relatório refere ainda que "os protagonistas da política e comunidade internacional também têm destaque, particularmente o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin".

As protagonistas do sexo feminino --- nacionais e estrangeiras --- "continuaram a estar representadas em minoria na amostra de 2023, adquirindo especial visibilidade na qualidade de 'vítimas', mas também sobressaindo em posições de liderança, como as ex-dirigentes da TAP Christine Ourmières-Widener e Alexandra Reis e ministras".

Leia Também: Número de jornalistas presos pelo mundo aumenta para 550 em 2024

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