Durante a noite, o tempo médio de espera para atendimento aos utentes classificados como urgentes chegou a atingir várias horas, já que no período noturno os serviços "funcionam com equipas reduzidas", disse à Lusa fonte hospitalar.
Em declarações à Lusa, o presidente do conselho de administração da Unidade Local de Saúde (ULS) do Algarve, Tiago Botelho, justificou o aumento dos tempos de espera com "a elevada afluência em determinados períodos".
"Infelizmente, nesta altura [as urgências} têm registado durante o período noturno uma maior afluência, o que gera um agravamento dos tempos de espera, devido ao número de profissionais em serviço na urgência", notou.
Segundo Tiago Botelho, os dados que são apresentados no portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS) "são verdadeiros, mas não refletem os números no momento, porque não são atualizados ao minuto, mas, sim, a média das últimas duas horas".
Por outro lado, acrescentou, os dados apresentados no portal do SNS "englobam as várias especialidades médicas, resultando que os utentes da área cirúrgica tenham um maior tempo de espera, porque são menos especialistas que estão afetos ao serviço de urgência".
"Falamos de dois neurocirurgiões, dois ou três cirurgiões gerais e o mesmo número de ortopedistas, ao passo que nas outras áreas médicas temos quatro vezes esse número de profissionais", realçou.
O responsável adiantou que se os doentes para cirurgia precisarem de ir ao bloco operatório, "o mesmo só funciona com uma sala e um médico anestesista".
"Os médicos fazem a sua escala de prioridades e levam à sala operatória os doentes por ordem de gravidade. Uma situação que é regular ao longo do ano", apontou.
Tiago Botelho sublinhou que todas as situações graves "são atendidas de imediato, resultando num maior tempo de espera para os utentes em situação menos preocupante".
"Os doentes que têm necessidades emergentes são vistos no tempo adequado", garantiu.
Para diminuir o tempo de espera nas urgências da ULS do Algarve, que integra os hospitais de Faro, Portimão e Lagos e o Centro de Medicina Física e Reabilitação (CMR) Sul, em São Brás de Alportel, "houve um aumento de 51 camas para internamento", sublinhou.
Assim, no Hospital de Faro houve um aumento de oito camas, Portimão (13), Lagos (12) e o CMR Sul (18).
Tiago Botelho disse ainda que "foram reforçadas as equipas médicas e de enfermagem para apoiar as camas agora criadas, tendo sido suspensa a atividade cirúrgica programada, exceto as situações de urgência ou de maior gravidade clínica".
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