Estudo aponta imigrantes como fundamentais para sucesso agrícola no sudoeste alentejano

Mais de três quartos das empresas hortofrutícolas do sudoeste alentejano consideram os imigrantes fundamentais para o sucesso da sua atividade, no âmbito da qual "mais de metade" dos postos de trabalho são ocupados por estrangeiros.

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© ETIENNE LAURENT/AFP via Getty Images

Lusa
15/01/2025 14:31 ‧ há 2 horas por Lusa

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Estas são algumas das principais conclusões da 2.ª edição do Barómetro da Associação de Horticultores, Fruticultores e Floricultores dos Concelhos de Odemira e Aljezur (AHSA), que foi realizado junto de mais de 40 empresas suas associadas, entre 31 de outubro e 27 de novembro de 2024.

 

Em comunicado enviado hoje à agência Lusa, a AHSA indicou que os dados revelam que "73% das empresas já têm mais de metade dos seus postos de trabalho preenchidos por imigrantes, que representam até mais de 75% dos trabalhadores em 45% delas.

Segundo o estudo, "a maioria das empresas agrícolas do sudoeste alentejano (83%) considera os imigrantes fundamentais para o sucesso da atividade".

"A comunidade imigrante é valorizada por todas as empresas do barómetro" e a maioria destaca a "sua contribuição significativa para a sustentabilidade e crescimento do setor", disse a AHSA.

No que respeita aos principais países de origem dos trabalhadores imigrantes nas empresas agrícolas dos concelhos de Odemira, no distrito de Beja, e de Aljezur, no de Faro, a lista é encabeçada pelo Nepal (mencionado por 86% das empresas), seguindo-se a Índia (48%) e a Tailândia (41%).

De acordo com o barómetro, foi identificada ainda a presença de trabalhadores do Bangladesh (17%), Ucrânia (14%), Moldova e Paquistão (7%), assim como da Bulgária, Brasil, Vietname e Portugal (3%), num total de 11 nacionalidades.

No entender da AHSA, estes números refletem "a diversidade e o contributo destas comunidades para o setor" agrícola neste território e obrigaram já a investimentos na criação de condições de alojamento, uma das dificuldades apontadas pelas empresas.

A "indisponibilidade de alojamento adequado" para os trabalhadores foi apontada por 62% dos inquiridos e, na opinião de 59% dos associados, esta situação reflete-se na "permanência de imigrantes em Portugal".

"Neste contexto, 42% dos respondentes identificam os processos de licenciamento como um desafio, enquanto 21% acrescentam os elevados custos de investimento e arrendamento como questões a considerar", precisa.

Além disso, a "pouca disponibilidade" de alojamento é outro fator apontado por 29% das empresas.

A AHSA destacou ainda que "a maioria das empresas (35%) já investiu, pelo menos, até 50 mil euros em soluções habitacionais para os seus trabalhadores migrantes", sendo que "mais de 20% dos inquiridos revelaram investimentos superiores a um milhão de euros em habitação para os [seus] colaboradores".

Por outro lado, segundo as empresas, "o principal dissuasor à contratação de mão-de-obra nacional na agricultura assenta no desinteresse generalizado pela atividade, apontado por 83% dos respondentes, seguido do envelhecimento da população local (28%) e da falta de qualificação (21%)".

Ainda neste âmbito, os salários não atrativos, a pouca competitividade na oferta de condições comparativamente com outros países da União Europeia, a alta sazonalidade da atividade que resulta em grandes picos de necessidade de mão-de-obra e a indisponibilidade para trabalhar legalmente foram reconhecidos por 3% dos inquiridos.

Leia Também: Ministro da Agricultura anuncia 30 milhões anuais para a pastorícia

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