Montenegro agradece "postura de responsabilidade" de Cabo Verde

O primeiro-ministro agradeceu hoje a "postura de responsabilidade" do Governo de Cabo Verde quando existiram "incidentes por vezes graves" entre as comunidades, destacando que tal é necessário para "não sucumbir à demagogia, populismo e extremismo".

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Lusa
28/01/2025 14:26 ‧ há 3 dias por Lusa

País

Luís Montenegro

Na conferência de imprensa final da VII cimeira bilateral Portugal-Cabo Verde, ao lado do seu homólogo Ulisses Correia e Silva, Luís Montenegro destacou que a comunidade cabo-verdiana "está muito bem integrada em Portugal" e tem um grau de satisfação tão elevado que grande parte opta pela dupla nacionalidade.

 

"Mas sabemos também que, de vez em quando, temos incidentes, muitas vezes graves, e é nesses momentos onde o sentido de responsabilidade, o sentido de valorização do mais importante, é mais necessário para não sucumbirmos à demagogia e ao populismo e ao extremismo mesmo de algumas posições", disse, sem se referir a casos concretos.

O cabo-verdiano Odair Moniz, de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de 21 de outubro, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e morreu pouco depois, com os vários inquéritos em curso ainda sem conclusões.

Nos tumultos que sucederam à sua morte, nos dias seguintes, foram incendiados mais autocarros, dezenas de automóveis e contentores do lixo.

Questionado sobre as novas regras de atribuição de vistos de entrada em Portugal, Montenegro frisou que "desde a primeira hora" o Governo assumiu como objetivo "manter, desenvolver e aprofundar a relação de cooperação preferencial com os países que falam português".

"Nós estamos a estimular condições para garantir, em primeiro lugar, empregabilidade, em segundo lugar, acesso à habitação, em terceiro lugar, inserção no sistema de proteção social", afirmou.

Por outro lado, assumiu que é objetivo do governo português em matéria de imigração "chamar jovens com vontade de trabalhar, chamar jovens com vontade de se qualificarem, mesmo que de forma complementar, em Portugal", ao mesmo tempo que favorece o acolhimento de famílias.

Por outro lado, defendeu, Portugal quer que os imigrantes que venham para o país não o façam apenas de passagem para outros países da União Europeia.

"Nós queremos que eles, como tenho repetidamente afirmado, se sintam novos portugueses", afirmou.

[Notícia atualizada às 14h46]

Leia Também: Posição de líder do PS é "retorno a consenso alargado" sobre imigração

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