Numa nota divulgada na sexta-feira à noite pelos advogados do enfermeiro, é referido que Luís Garcia "desconhece a instauração de qualquer inquérito interno por assédio sexual em contexto laboral", acrescentando que "nunca foi notificado".
"[Luís Garcia] Estranha o momento de divulgação da referida revelação levada a cabo pelo conselho de administração, um dia após a sua designação para o novo conselho de administração da Unidade de Saúde Local do Alto Minho", pode ler-se.
Os advogados destacam ainda que "o visado nega terminantemente a prática de quaisquer atos que possam consubstanciar a prática de assédio sexual em contexto laboral".
Em declarações feitas à SIC Notícias após a Lusa ter noticiado que o enfermeiro foi alvo de uma queixa por assédio sexual em contexto laboral, na ULSAM, Luís Garcia disse estar a ser "alvo de uma cabala", colocando à disposição o lugar de enfermeiro diretor para o qual tinha sido designado na quinta-feira pelo Governo.
Contactado pela Lusa, o recém-nomeado presidente do Conselho de Administração da ULSAM, José Cardoso, disse ter sabido pela comunicação social da queixa de assédio sexual contra o enfermeiro, bem como da decisão deste em colocar o lugar à disposição.
A Lusa noticiou na sexta-feira que o enfermeiro diretor designado pelo Governo para o novo conselho de administração da ULSAM está a ser alvo de um inquérito interno por assédio sexual em contexto laboral, segundo confirmou a própria ULSAM.
"Tendo em conta a gravidade das alegações e a responsabilidade da instituição no apuramento dos factos, foi esta quinta-feira instaurado um processo de inquérito interno com caráter de urgência", adianta a ULSAM, numa resposta escrita enviada a Lusa.
A informação foi dada em resposta a questões da Lusa sobre a queixa de uma médica por assédio sexual alegadamente cometido por Luís Garcia, atualmente enfermeiro no hospital de Ponte de Lima, distrito de Viana do Castelo, e que na quinta-feira foi designado em Conselho de Ministros para um mandato de três anos como enfermeiro diretor do novo conselho de administração da ULSAM.
"A ULSAM confirma ter recebido uma denúncia sobre o profissional de saúde em questão", indica a ULSAM na resposta à Lusa.
Foi "nomeado um instrutor externo à instituição para acompanhar o processo", acrescentou a ULSAM.
A unidade de saúde manifestou-se ainda disponível para prestar "toda a colaboração que as autoridades judiciais entendam necessária no âmbito do processo em curso".
Também na PSP de Viana do Castelo confirma ter recebido, na quarta-feira, uma queixa por assédio sexual numa unidade de saúde.
Fonte oficial do Comando da PSP de Viana do Castelo disse à Lusa que foi apresentada "uma queixa, de uma mulher contra um homem, por assédio sexual praticado em contexto laboral numa unidade de saúde de Ponte de Lima".
A ULSAM é constituída por dois hospitais: o de Santa Luzia, em Viana do Castelo, e o Conde de Bertiandos, em Ponte de Lima
Integra ainda 12 centros de saúde, uma unidade de saúde pública e duas de convalescença, e serve uma população residente superior a 244 mil pessoas dos dez concelhos do distrito de Viana do Castelo, e algumas populações vizinhas do distrito de Braga.
Em todas aquelas estruturas trabalham mais de 2.500 profissionais, dos quais cerca de 500 médicos e mais de 800 enfermeiros.
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