Urgência do hospital de Ponta Delgada sem condições antes do incêndio

A secretária regional da Saúde dos Açores disse que o serviço de urgência do hospital de Ponta Delgada não reunia "condições ideais" para a prática de cuidados de saúde em segurança, levando 31 enfermeiros a entregarem escusas de responsabilidade.

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© Facebook / Nuno Martins Neves

Lusa
12/02/2025 12:07 ‧ há 3 horas por Lusa

País

Açores

"No antigo serviço de urgência do hospital de Ponta Delgada, 31 enfermeiros disseram que não se responsabilizavam pelas consequências dos seus cuidados prestados nas condições ali existentes. Por isso mesmo, entregaram escusas de responsabilidade. O motivo destas escusas era muito claro: falta de condições estruturais e degradação das instalações existentes", disse hoje Mónica Seidi.

 

Segundo a governante, que falava no segundo dia do plenário desta semana da Assembleia Legislativa dos Açores, no debate de urgência sobre o Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), "já antes do incêndio de 04 de maio de 2024, o serviço de urgência não reunia as condições ideais para a prática de cuidados de saúde em segurança".

"É, por isso, com satisfação, enquanto governante e profissional de saúde, que anuncio que estas escusas de responsabilidade acabam de ser retiradas com a abertura em pleno da urgência do hospital modular", afirmou.

Na opinião da titular da pasta da Saúde no Governo Regional dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), "esta é mais uma prova de que as condições do novo serviço de urgência garantem mais segurança do que as antigas instalações, que alguns queriam reabrir de qualquer maneira".

"Esta é mais uma evidência de que a opção pela construção do hospital modular foi a mais acertada", vincou.

Mónica Seidi também referiu que a aquisição de novos equipamentos "representa um investimento sem precedentes nas últimas duas décadas no Serviço Regional de Saúde" e o executivo concretizou "uma ação planeada de modernização e substituição de equipamentos completamente obsoletos e com mais de 20 anos".

A governante lembrou que a opção pelo hospital modular foi validada pelas ordens dos Médicos e dos Enfermeiros, Comissão de Catástrofe do Hospital de Ponta Delgada, direção clínica, direção de enfermagem e por uma equipa de engenheiros do Hospital de Santa Maria (Lisboa).

Também esclareceu que "são os próprios enfermeiros que desmentem que era possível, por exemplo, reabrir o serviço de urgência até ao mês de agosto" e que os documentos que o Governo entregou na terça-feira no parlamento, "desmentem essa ideia peregrina".

Garantiu ainda que a segurança de todos foi a prioridade do executivo, mas observou que "assim não pensa uma minoria": "Alguma oposição quis transformar o incêndio no Hospital Divino Espírito Santo num instrumento de combate político".

No início do debate de urgência, pedido pelo Chega, o líder parlamentar deste partido, José Pacheco, justificou o mesmo pelas informações contraditórias e suspeitas sobre o processo.

"O maior hospital dos Açores, o HDES, há muito 'gritava' por requalificação, manutenção e ampliação. O estado de abandono ou esquecimento a que foi relegado pelos sucessivos governos socialistas é uma vergonha e até um crime contra o património e contra todos os doentes que necessitam deste serviço de saúde", disse.

"Não temos receio de admitir que podemos ter cometido um erro, mesmo que involuntário, ao viabilizar o hospital modular. Não o consideramos um equívoco por ser uma necessidade transitória, mas sim porque, como receávamos, está cada vez mais próximo de se tornar uma solução permanente, sem ser uma alternativa viável para o bom funcionamento do HDES", acrescentou.

Segundo Pacheco, "contentores milionários, por mais modernos que possam parecer, jamais serão um hospital, especialmente considerando os muitos milhões investidos, cujo prazo de utilidade é limitado".

Segundo o parlamentar, "há muitas questões que precisam de esclarecimento", como de quem partiu a decisão pelo hospital modular e, se um relatório interno indicava que havia condições para reabrir o hospital na totalidade em agosto de 2024, porque não aconteceu".

"O que está em causa aqui não é quem teve, tem ou terá razão ou mesmo culpa. O que realmente importa é a saúde dos açorianos, que devem estar sempre em primeiro lugar e merecem respostas claras e objetivas", concluiu.

Leia Também: Sindicato apresenta queixa por falta de técnicos de reeducação em cadeia

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