Personalidades portuguesas lançam petição pela Palestina

Um grupo de personalidades de vários setores da vida social portuguesa lançou hoje um abaixo-assinado pela Palestina, em que saúda o povo palestiniano, condena a "agressão genocida" de Israel e protesta contra as "propostas intoleráveis" dos EUA.

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© AFP via Getty Images

Lusa
12/02/2025 13:13 ‧ há 2 horas por Lusa

País

Médio Oriente

A petição já foi assinada por cerca de 600 personalidades, entre políticos (Pedro Bacelar de Vasconcelos, Francisco Louçã, Albano Nunes, Joana Mortágua, Ana Gomes ou Margarida Marques), académicos (Manuel Loff, Miguel Cardina, Fernando Rosas ou Alice Samarra) e militares (Matos Gomes, Pezarat Correia ou Martins Guerreiro).

 

O abaixo-assinado dirigido ao Governo e às Nações Unidas (https://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT124129) foi rubricado também por muitos estudantes das crises académicas dos anos 1960 (Maria Emília Brederode Santos, Joana Lopes, Alfredo Caldeira ou Daniel Branco Sampaio) e jornalistas (Adelino Gomes, Zé Rebelo, Alexandre Manuel, Anabela Fino, Pedro Caldeira Rodrigues ou Diana Andringa).

Os peticionários condenam sobretudo a ameaça do atual Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que Washington deve apoderar-se da Faixa de Gaza, expulsar a população palestiniana que nela sobrevive (cerca de 2,5 milhões de pessoas) e transformar o território num vasto 'resort'.

"Entendemos urgente a denúncia e a desmistificação das tentativas de anexação dos EUA e das tropas de ocupação israelitas dirigidas contra o território da Palestina", lê-se na petição.

Em declarações à agência Lusa, uma das peticionárias, a jornalista Diana Andringa, apontou que a indignação das pessoas "é imensa", pois "não conseguem perceber sequer como é que se trata países, como é que se trata a soberania e a dignidade de um povo, como se estivéssemos a tratar de negócios imobiliários".

"E desde que Trump chegou ao poder, o discurso do Trump, nomeadamente o relacionado com a questão da Palestina, é de tal maneira chocante para tudo o que são os direitos humanos, para todas as regras internacionais do direito, o pensamento da ONU, e que uma pessoa de facto tem que reagir. E já que os nossos governos parecem não reagir, cabe aos cidadãos, não é?", argumentou.

Para Diana Andringa, a petição serve também para lembrar ao governo que os portugueses estão de acordo com o secretário-geral da ONU, "que, por sinal, até é português", e com as pessoas que se batem pela dignidade dos povos e pelo direito à existência dos países como a Palestina. 

"E achamos que o nosso governo deve dizer alguma coisa e deve lembrar que existem instrumentos internacionais, existem regras internacionais que têm que ser cumpridas. E por acaso é um senhor muito importante, de um país muito importante e que tem muito poder que diz estas coisas. Bom, mas há que lhe fazer frente. Desde pequeninos que aprendemos a história do David contra Golias, não é? Temos que aprender a usar a funda", afirmou a jornalista.

Segundo Diana Andringa, a ideia da petição ocorreu numa altura em que se assistiu à visita a Israel do ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, em que acabou por falar de dois Estados, "mas sem um pouco mais de convicção na defesa de um povo que foi massacrado e que foi massacrado".

"Não podemos dizer que não vimos. Não podemos dizer que não vimos Gaza destruída. Agora percebemos que Gaza foi destruída para um projeto imobiliário, para fazer ali a 'Riviera do Médio Oriente'. É demais para qualquer cidadão aceitar. Se nós ficarmos calados, somos cúmplices do Trump. Podemos não ter força, mas se todos nos unirmos e se formos muitos, devemos encontrar a tal funda para impedir que as coisas se passem assim. Que o direito internacional vigore como deve vigorar. E as decisões tomadas pela ONU, aprovadas na ONU, sejam cumpridas", afirmou. 

Na petição, acusa-se Israel de "limpeza étnica" e invocam-se os cerca de 50.000 mortos em Gaza, dos quais 70% mulheres e crianças, a destruição da maioria das infraestruturas civis, designadamente hospitais e escolas e as deslocações forçadas da população, sujeitando-a a fome e doenças.

Nesse sentido, apelam ao posicionamento inequívoco dos Estados e das organizações nacionais e internacionais "em defesa do martirizado Povo Palestiniano", apoiando a posição do secretário-geral da ONU, reafirmando a solução de dois Estados.

Os peticionários exigem também ao Governo português e à União Europeia (UE) que "ajam em consonância com essa posição, pondo fim à ambiguidade e manifestando o seu repúdio pelas revoltantes propostas norte-americanas".

Leia Também: Sánchez diz que situação em Gaza "não se resolve com negócio imobiliário"

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