"A nossa perspetiva é que seja pelo menos até ao final do ano letivo", afirmou Vasco Gonçalves, diretor do Agrupamento de Escolas Nuno Gonçalves, questionado pela Lusa sobre a prevista duração do encerramento do edifício na freguesia de São Vicente.
O encerramento da escola foi decidido na terça-feira, ao final do dia, após uma vistoria de técnicos da Câmara de Lisboa, da junta de freguesia, dos bombeiros e da proteção civil municipal, que perante "fissuras e rachas" nas paredes recomendaram, "preventivamente", a transferência das quatro turmas do ensino básico, explicou o responsável escolar.
Os 90 alunos, professores e pessoal auxiliar foram transferidos para um terceiro piso da Escola Secundária D. Luísa de Gusmão, do mesmo agrupamento.
Embora admitindo alguma perturbação nos alunos por deixarem a sua escola, Vasco Gonçalves disse esperar que a maioria possa regressar à Natália Correia assim que estiverem reunidas todas as condições de segurança.
O incidente, segundo indicou à Lusa a Câmara de Lisboa, "foi causado por uma intervenção numa obra vizinha, que teve impacto direto nas condições de segurança da Escola Básica Natália Correia".
Após uma análise inicial, o empreiteiro responsável pela construção de um empreendimento habitacional "reconheceu a responsabilidade pelo sucedido, assumindo também que irá proceder às necessárias obras de reparação", acrescentou a autarquia.
Na sequência da "avaliação do edifício pelos serviços municipais", os alunos foram encaminhados para o pavilhão desportivo adjacente à escola e posteriormente transferidos para a Escola Secundária D. Luísa de Gusmão, numa solução "acompanhada de perto e avaliada" pela câmara, "garantindo que todas as medidas necessárias sejam tomadas para mitigar os impactos causados", é ainda referido na nota da Câmara de Lisboa.
A autarquia assegurou que os serviços de fiscalização do município estão a acompanhar os procedimentos, desde terça-feira, "relativamente à responsabilidade pelo incidente, incluindo a exigência de eventuais indemnizações".
"O empreiteiro responsável já assumiu não só a responsabilidade pelo ocorrido, mas também a realização das reparações necessárias, garantindo a reposição das condições adequadas para a comunidade escolar", lê-se na nota camarária.
Entretanto, a vereadora do BE, Beatriz Gomes Dias, requereu ao presidente da autarquia, Carlos Moedas (PSD), informações sobre o "fecho temporário" da Escola Básica Natália Correia, e transferência dos alunos para a Secundária D. Luísa de Gusmão, onde terão "acesso a salas de aula, refeitório e recreio".
A autarca questionou qual "a duração estimada das ações de emergência que estão a ser realizadas e quando voltarão as crianças para a sua escola" e que "ações estão a ser desenvolvidas junto do promotor que pôs em risco a escola".
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