Açores reduzem dependências apesar do problema das drogas sintéticas

O diretor regional da Prevenção e Combate às Dependências dos Açores afirmou esta quinta-feira que o consumo de substâncias tem vindo a baixar, apesar de existir um "problema" com as drogas sintéticas com "grande impacto" na população.

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Lusa
27/02/2025 17:19 ‧ há 3 horas por Lusa

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Em declarações à agência Lusa, Pedro Afins explicou que nas drogas vulgarmente conhecidas como sintéticas existe uma "mistura de substâncias depressoras com euforizantes", não existindo uma "substância de substituição" como acontece na metadona para os opiáceos.

 

"Temos um problema de ilícitos, nomeadamente as drogas sintéticas, que têm causado um grande impacto junto da população porque as pessoas, quando consomem esse tipo de substâncias, apresentam comportamentos totalmente desviantes. Por isso, pode parecer que o problema [das dependências] está a aumentar, mas não é isso que acontece", afirmou.

O diretor regional acrescentou que muitos consumidores das sintéticas são "utentes policonsumo", uma vez que consomem outras substâncias como canábis, álcool ou o que for "mais acessível", uma circunstância que "dificulta" o combate àquele tipo de drogas.

"As sintéticas são um caldo de substâncias que vão sendo misturados. Não há propriamente uma estratégia que possamos dizer que é eficaz. Nós atuamos mais a montante, ao nível da prevenção", sublinhou.

De acordo com Pedro Afins, dos 980 utentes que se encontram no programa de substituição opiácea (metadona) nos Açores, cerca de 36% são, também, consumidores de drogas sintéticas.

O diretor regional da Prevenção e Combate às Dependências do Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), defendeu, contudo, que a estratégia implementada na região para combater as dependências "é a mais indicada", ilustrando com a diminuição de vários tipos de consumos nos últimos cinco anos.

"Nós, durante os últimos cinco anos, melhorámos em todas as substâncias. No álcool baixámos imenso relativamente à média nacional: estamos neste momento com 51,9% enquanto a média nacional é 64,7%. Baixámos em relação à canábis, baixámos em relação às anfetaminas e baixámos em relação ao 'ecstasy'. O nosso problema são as sintéticas", reforçou, referindo-se ao V Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas na População Geral, divulgado em novembro de 2024.

Segundo o relatório do Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências, os Açores registaram uma prevalência de consumo de qualquer droga de 1,2% em 2022 (nos últimos 12 meses na população entre os 15 e os 74 anos), enquanto em 2012 se situava em 3,3%.

Já nos comportamentos aditivos aos 18 anos, dados do inquérito realizado no Dia da Defesa Nacional referentes a 2023 revelam que os Açores são a terceira região do país com maior prevalência de consumo de substâncias ilícitas ao longo da vida, com 30,7% (superados por Lisboa com 31,2% e Algarve com 35,3%), acima da média nacional (29%), mas com uma evolução positiva face a 2015 (34%).

Segundo aquele inquérito, nos jovens aos 18 anos, o arquipélago açoriano registou uma prevalência no consumo de álcool ao longo da vida de 76,1% em 2023 inferior à média nacional (80,7%), sendo que em 2015 a taxa na região situava-se nos 86,5%.

Os dados do inquérito sobre comportamentos aditivos aos 18 anos avançam que o consumo de tabaco nos Açores em 2023 (45,5%) também diminuiu face a 2015 (56,4%), apesar de continuar acima da média nacional (41,2%) no que diz respeito ao consumo nos últimos 12 meses.

"Nos Açores temos tido um decréscimo bastante acentuado. Em 2015 estávamos muito acima das médias nacionais, mesmo muito acima, e temos vindo a baixar constantemente. Essa estratégia é quase como um pacto de regime. Houve um esforço anterior e está a ser feito um esforço neste momento", concluiu Pedro Afins.

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