Pouco mais de um ano depois de ter acontecido, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) recorda aquela que foi a primeira cirurgia robótica pediátrica em Portugal, realizada em Lisboa.
"Matilde Cruz foi a primeira jovem a submeter-se a uma cirurgia robótica pediátrica em Portugal. Aos 17 anos, um problema num rim fez parar a atleta, mas por pouco tempo. A intervenção cirúrgica pouco invasiva e a rápida recuperação, possibilitada pela tecnologia robótica, permitiram que regressasse aos treinos rapidamente", detalham os especialistas no canal de YouTube do SNS.
Matilde conta a sua história no vídeo publicado esta quarta-feira, dando conta de que é bailarina. A jovem, agora com 18 anos, conta que descobriu que tinha uma malformação no rim em outubro [de 2023] e que dois meses depois teve a sua primeira consulta.
"Em janeiro descobri que ia ser operada por robótica e percebi que seria a melhor maneira pelo facto de ser atleta e pelo facto de a recuperação ser muito mais rápida se fosse por robótica", recordou.
Matilde Cruz conta que passado um mês da operação conseguiu "voltar aos treinos e começar a recuperação". "Depois, em junho já estava em competições, audições, espetáculos. A recuperação pode levar até um ano, mas já me sinto bem e tudo mais", afirmou.
Mas apesar de já se sentir bem, a jovem bailarina confessa que teve "algum receio". "Achei que iria ficar com a vida um bocadinho parada, digamos assim. Mas a equipa, o hospital e todos os envolvidos no processo ajudaram-me bastante. Confiei no SNS, foi o melhor que fiz porque passado um mês já estava a conseguir voltar aos treinos", afirmou.
Já o ano passado, a notícia no site do SNS dava conta de alguns detalhes, relacionados, por exemplo, com as vantagens desta cirurgia. "A cirurgia robótica tem vantagens inigualáveis na ergonomia a operar e inclui instrumentos articulados, com apenas 8 milímetros de diâmetro, controláveis numa consola por comandos que replicam os movimentos da mão do cirurgião, permitindo em todo o ato cirúrgico uma maior autonomia, movimentos sem tremor e de elevada precisão, bem como ambidexteridade", lê-se na nota.
Segundo o SNS já explicava, a utente, "pela circunstância de estar a tirar o curso de bailarina, apresentava todas as vantagens em ser operada com recurso a robótica, que constitui uma técnica minimamente invasiva e que garante uma recuperação mais rápida."
Assista ao vídeo abaixo:
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