Arguidos negam participação em assaltos a banco e residência
Dois dos arguidos acusados pelo Ministério Público (MP) dos assaltos a uma agência bancária, que alegadamente envolveu uma das suas funcionárias, e a uma residência, em Alvaiázere, negaram hoje, no Tribunal Judicial de Leiria, o envolvimento nos crimes.
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País Alvaiázere
"Não colaborei com nada, não fiz nada, (...) não sei de nada", afirmou um dos acusados, de 42 anos, na primeira sessão do julgamento, no qual quatro acusados presentes manifestaram intenção de se manterem em silêncio. O sétimo arguido esteve ausente.
Segundo o Ministério Público (MP), antes do assalto à agência Millennium BCP, o arguido, proprietário de um 'stand' de automóveis e companheiro da filha da bancária, venderam um carro, mas apenas entregaram uma chave às compradoras.
A chave de reserva foi usada para subtrair o veículo que foi usado no assalto e, depois deste, incendiado, sustenta o MP.
O arguido esclareceu que a viatura "estava à consignação e o dono só dava a segunda chave após pagamento", considerando que "os senhores inspetores [da Polícia Judiciária] fizeram um filme em relação à segunda chave".
Este referiu ainda ao tribunal que, após o pagamento do veículo e no momento da entrega do carro, a companheira o informou de que a segunda chave não funcionava, pelo que lhe pediu para resolver este problema.
Um outro arguido, de 38 anos, também disse nada saber sobre os assaltos.
O MP acusa a bancária e mais cinco arguidos - quatro em prisão preventiva - dos crimes de associação criminosa, quatro crimes de roubo agravado, dois crimes de incêndio e três crimes de ofensa à integridade física qualificada.
Três destes arguidos respondem, também, por detenção de arma proibida, enquanto dois deles estão acusados de tráfico de estupefacientes.
No âmbito deste processo, há ainda um sétimo suspeito dos crimes de detenção de arma proibida e tráfico de estupefacientes.
Segundo o MP, a bancária e cinco dos arguidos delinearam um plano, de forma a criarem um grupo organizado para tirarem dinheiro da agência - onde aquela trabalhava há 11 anos -, tendo, ainda, definido a residência de um casal como um segundo alvo.
O MP refere que a bancária teria um papel primordial no assalto à agência, enquanto a filha daquela no roubo ao casal, cujas rotinas conhecia e com o qual teve uma relação de amizade.
A dois arguidos caberia executar os assaltos, pois tinham facilidade no uso de armas e experiência em situações de idêntica natureza. Dois outros suspeitos teriam um papel secundário, mas auxiliavam na execução do plano.
Antes do roubo, a arguida funcionária do banco pediu um reforço de 50 mil euros em numerário do cofre-forte, agência que tinha cerca de 178 mil euros, incluído o dinheiro da ATM, no dia do assalto, 30 de outubro de 2012, valor que foi roubado.
O MP adianta que o assalto à habitação ocorreu a 11 de fevereiro de 2013, dia em que quatro elementos do grupo se introduziram na casa, onde, pelas 19:45, chegou a proprietária com um filho menor e, posteriormente, o marido.
Quatro horas depois, já na posse de todos os objetos de valor (dinheiro, armas, peças de ourivesaria, entre outras), os assaltantes saíram num carro das vítimas, posteriormente incendiado.
O julgamento prossegue na sexta-feira, às 09:30.
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