Afinal de contas, a ministra da Justiça foi ou não informada?
Por um lado, o gabinente da ministra da Justiça garante que Paula Teixeira da Cruz nunca foi informada quanto aos alertas para os atrasos do Citius, por outro lado o grupo de técnicos responsáveis pela plataforma informática afirma que em várias reuniões a tutela foi alertada para estes atrasos, conta o Expresso.
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País Citius
“A senhora ministra não foi informada do teor das reuniões em que houve alertas para os atrasos do Citius”, informa o gabinete da ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz. No entanto, o grupo de técnicos responsáveis pelo Citius garante que alertou o Ministério para os atrasos irrecuperáveis, noticia o Expresso.
“O acompanhamento de implementação da reforma é da responsabilidade de um grupo de trabalho coordenado pelo secretário de Estado, António Costa Moura”, explica o gabinete, que acrescenta:
“Todas as situações de maior complexidade técnica eram avaliadas nas reuniões do grupo de trabalho, a quem competia avaliar as mesmas e realizar os procedimentos adequados para a sua resolução. A ministra apenas teve a informação de que o levantamento do sistema Citius das novas comarcas estava garantido, e por esse mesmo motivo se deslocou ao Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ) na manhã de 1 de setembro”, reforça por escrito o gabinete.
Para perceber quais os erros que poderiam surgir foram realizadas, durante meses, reuniões no Campus da Justiça com a equipa restrita de técnicos do Ministério da Justiça e do Conselho Superior do Ministério Público que teve conhecimento de várias derrapagens nos prazos previstos para a implementação do novo mapa judiciário e que mesmo assim não conseguiu solucionar o problema a tempo.
“A ministra da Justiça sempre afirmou que, se tivesse conhecimento de algum problema, não hesitaria em deslizar o calendário de início da reforma pelo tempo necessário à sua resolução”. Ou seja, segundo o gabinete nem todos os factos foram transmitidos à ministra, uma vez que se entendeu que seriam resolvidos.
“A principal componente em falta relacionava-se com a execução da migração da informação, não se prevendo à data o que veio a acontecer, devido a uma falha na arquitetura de migração”, explica a tutela.
A 1 de setembro, dia da entrada do novo mapa judiciário, foram migrados 4,5 milhões de processos do antigo para o novo Citius, uma operação que falhou por razões técnicas.
Paula Teixeira da Cruz já afirmou que quer perceber onde tudo falhou e que vai levar a questão “até às últimas consequências”.
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