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"Lenga-lenga será igual qualquer que seja o primeio-ministro"

Num breve comentário ao resultado das primárias no PS, o professor João Duque revela que não ouviu de António Costa, o agora candidato a primeiro-ministro, mais do que ?todos querem?. Além disso, afirma em declarações ao Dinheiro Vivo, ?a economia portuguesa não está a crescer a ponto de permitir uma redução do défice?, pelo que ?qualquer que seja o primeiro-ministro, vai continuar a mesma lenga-lenga?.

"Lenga-lenga será igual qualquer que seja o primeio-ministro"
Notícias ao Minuto

15:46 - 29/09/14 por Notícias Ao Minuto

País João Duque

António Costa conquistou ontem uma vitória clara nas eleições primárias do PS face ao adversário António José Seguro, que anunciou, uma hora após o fecho das urnas, a sua demissão do cargo de secretário-geral do partido. Mas, na opinião do professor do ISEG (Instituto Superior de Economia e Gestão), João Duque, o agora candidato a primeiro-ministro não propôs nada diferente da oposição.

“Aquilo que o ouvi dizer foi que quer relançar a atividade económica, mas isso é o que todos querem”, disse o professor em declarações ao jornal eletrónico Dinheiro Vivo, acrescentando não saber como vai Costa “resolver a quadradatura do círculo”.

Em causa está o facto de António Costa ter de decidir um de dois caminhos para relançar a economia: ou através da iniciativa pública ou da iniciativa privada. Mas, explica, “como António Costa bem sabe, não há margem para a iniciativa pública porque o país não tem folga para isso se não houver iniciativa privada”.

Além disso, a intenção de investimento dos privados “não vai aumentar só porque ele vai a eleições. A única folga que Portugal tem neste momento é por via de um financiamento da economia através da banca, com recurso à compra de dívida privada do Banco Central Europeu”, avisa o economista.

Acontece que “o Governo não tem margem nenhuma para aliviar a carga fiscal. A economia portuguesa não está a crescer a ponto de permitir uma redução do défice” e “qualquer que seja o primeiro-ministro, vai continuar a mesma lenga-lenga: isto está pior do que pensávamos e vamos ter de continuar com o ajustamento”, remata João Duque.

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