Floresta Comum já distribuiu 200 mil árvores autóctones
O projeto Floresta Comum já distribuiu 200 mil árvores autóctones por instituições públicas e vai alargar a atividade para levar carvalhos, sobreiros ou azevinho a privados que queiram apostar na conservação da natureza, disse hoje o responsável pelo projeto.
© Lusa
País Privado
A iniciativa da Quercus, que envolve o Instituto para a Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), a associação nacional de municípios e a Universidade de Trás-os-Montes, "está agora no seu terceiro ano de execução e quase a atingir quase as 200 mil árvores distribuídas", disse à agência Lusa Paulo Magalhães.
"Até este momento já receberam árvores do projeto 134 concelhos, em todo o país", avançou o especialista.
O técnico da Quercus e coordenador do projeto transmitiu a intenção de fazer crescer o Floresta Comum, que está na fase em que "os viveiros do Estado começaram a produzir árvores de espécies autóctones, para serem oferecidas" através dos concelhos.
"Estamos a criar uma bolsa de árvores com viveiros particulares com o objetivo de começar a dar árvores a projetos particulares de conservação da natureza, em que não existem fins lucrativos", ou seja, entidades ou pessoas, privados, que querem fazer conservação da natureza nos seus terrenos, explicou Paulo Magalhães.
Alguns privados, associações do ambiente e outras iniciativas, estão a mostrar interesse na área da proteção da natureza e conservação da biodiversidade e para conseguirem o restauro dos ecossistemas, e "têm de ter acesso a espécies autóctones do país", defendeu.
O objetivo do projeto Floresta Comum é promover a recuperação de árvores autóctones, ou seja, características de Portugal, como carvalhos e sobreiros, mas também plantas mais pequenas, como o medronheiro ou o azevinho, espécie cujas bagas servem de alimento e suporte à biodiversidade e, assim, recuperar todo o ecossistema.
Estão envolvidas todas as dimensões, desde a recolha das espécies de Portugal e a distribuição gratuita às instituições públicas, como as autarquias, à recolha de sementes e devolução dos recipientes adequados à produção das sementes no ano seguinte, "uma logística que está a ser melhorada todos os anos", segundo Paulo Magalhães.
"Quer seja nos terrenos privados, quer seja nos públicos, os benefícios que a plantação deste tipo de árvores tem espalham-se por todos, são comuns a todos", realçou.
O projeto ainda não está a produzir árvores nos Açores e Madeira, regiões que têm uma população autóctone diferente do continente, mas as entidades regionais já começaram, há algum tempo, a produção.
Entre as espécies autóctones, o sobreiro conseguiu manter-se na zona sul, devido à produção da cortiça, enquanto no norte, grande parte dos carvalhos típicos desta região, a que estão associadas várias outras espécies arbustivas, tiveram problemas em manter-se, relatou Paulo Magalhães.
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