Agricultores preocupados com ataques de lobos
Os lobos são suspeitos de terem matado ovelhas, burros, porcos e vacas no concelho de Almeida, situação que está a preocupar os proprietários dos animais e outros agricultores da região que exigem medidas para evitar novos casos.
© Reuters
País Almeida
Os ataques registados nas últimas semanas na área da União de Freguesias de Amoreira, Parada e Cabreira resultaram na morte de 13 ovelhas, três burros, um porco do campo e uma vaca, segundo Luís Fonseca, vice-presidente da autarquia.
"Ultimamente, os ataques têm ocorrido todas as noites. Os lobos estão quase a entrar dentro das aldeias. Os terrenos e os barracões [onde ocorreram casos] circundam as casas das aldeias", disse o autarca.
O agricultor Luís Monteiro, residente na aldeia de Amoreira, contou à agência Lusa que na segunda-feira de manhã encontrou cinco borregos mortos dos 21 que estavam resguardados num barracão, nos arredores da povoação.
O homem calcula que o prejuízo, que atribui aos lobos, ronde os 750 euros.
"Foi a primeira vez que me aconteceu uma coisa destas. Eu tenho perto de 600 ovelhas que dormem no campo. Estão numa vedação e estão guardadas pelos cães, mas temo que eles [os lobos] se metam lá e me causem mais prejuízos", disse.
Os lobos também são suspeitos de, na madrugada de terça-feira, terem matado oito ovelhas e uma burra na Quinta da Tapada Grande, perto da aldeia de Cabreira.
"Tive um prejuízo muito grande, tudo para cima de 1.500 euros", calcula a proprietária Isilda Nércio.
Ambos os agricultores comunicaram o sucedido ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
As ocorrências também estão a preocupar Maria da Conceição, residente em Amoreira, por temer que as 32 vacas adultas e novilhas da sua exploração possam ser atacadas.
"Esta semana foram vistos três [lobos] perto da aldeia", assegurou a mulher.
Contou que os agricultores da região já não dormem descansados e augura que os proprietários dos animais que estão permanentemente no campo terão que os guardar "de dia e de noite".
"Nós precisamos de uma proteção de alguém, do Governo, da Câmara ou da Junta de Freguesia, porque isto não pode ser. Nós não somos contra o lobo, somos é contra que o lobo ande a vadiar e [esteja] contra nós", declarou, lembrando tratar-se de uma espécie protegida por lei.
Maria da Conceição admite a possibilidade de os agricultores do concelho de Almeida fazerem uma exposição ao Governo dando conta do seu descontentamento pela situação.
Para além de Amoreira e Cabreira, o problema também preocupa habitantes de localidades como Peva, Freixo, Mesquitela, Junça, Azinhal, Nave de Haver, Malhada Sorda e Freineda, disse.
"A situação preocupa os cidadãos e também nos preocupa a nós. As pessoas queixam-se que ficam sem os animais e não são indemnizadas pelo justo valor", referiu o vice-presidente da União de Freguesias de Amoreira, Parada e Cabreira.
Luís Fonseca já informou a Câmara de Almeida para o sucedido, "porque parece que se protege unicamente um animal e se esquece o resto".
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