Caso de jovens médicas questionadas sobre vontade de engravidar em análise
A Inspeção-geral das Atividades em Saúde (IGAS) abriu um processo de esclarecimento a propósito de denúncias de médicas que afirmaram que nos concursos de seleção para unidades públicas de saúde lhes perguntaram se pretendiam engravidar.
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País IGAS
Fonte oficial do gabinete do ministro Paulo Macedo disse à agência Lusa que o Ministério da Saúde repudia esta situação é que já foi aberto um processo de esclarecimento.
"A IGAS abriu já um processo de esclarecimento e, face às suas conclusões, desencadeará os procedimentos que se venham a revelar necessários e adequados".
Várias médicas denunciaram a um advogado da Ordem dos Médicos que, nos concursos de seleção para unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS), lhes era perguntado se pretendiam engravidar, uma situação que o bastonário repudia veementemente.
Segundo o bastonário José Manuel Silva, a situação passou-se em entrevistas em concursos de provimento de admissão em unidades do SNS, embora as jovens médicas em causa não queiram identificar-se nem nomear os júris em que a situação ocorreu, por receio de serem penalizadas.
Contudo, o advogado a quem estas médicas solicitaram ajuda colocou a questão por escrito à direção da Ordem.
"O que me entristece e me deprime é estas perguntas terem sido colocadas por médicos", afirmou José Manuel Silva durante um encontro com jornalistas, para promover o XVII Congresso Nacional de Medicina, que decorre na próxima semana em Lisboa.
Nesse Congresso, um dos temas em debate é precisamente a questão da promoção da natalidade em Portugal.
"As mulheres têm cada vez menos condições para engravidar. Não se dá estabilidade nem condições de trabalho com dignidade e ainda se põem entraves. Perante isto, tudo o que se possa falar de medidas para aumentar a taxa de natalidade é uma hipocrisia", declarou o bastonário.
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