O grupo de seis "montanhistas experientes" (dois de Lisboa, dois de Coimbra e dois do Porto) juntaram-se a outros dois, de Braga, e deram hoje início às buscas no local onde presumem que João Marinho se perdeu, de acordo com um comunicado da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal enviado à agência Lusa.
De acordo com o mesmo documento, o grupo foi recebido no domingo passado por familiares do montanhista João Marinho, dos quais partiu o apelo para que a federação ajudasse nas buscas, tendo entrado também em contato com a Guardia Civil espanhola, que se mostrou "muito compreensiva e cooperante".
"Ouviram atentamente todas as recomendações e advertências sobre a situação no local", refere o comunicado, adiantando que o grupo seguiu depois para um abrigo, já na montanha, para pernoitar, local de onde hoje partiram para as buscas.
"É uma questão de solidariedade fazer uma última tentativa de encontrar o João Marinho", disse à agência Lusa o vice-presidente da Federação, Carlos Teixeira, sobre a iniciativa, que surge na sequência de um pedido da família do montanhista desaparecido.
Os custos da operação vão ser pagos pela Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal: "Temos um papel social a desempenhar e não podíamos negar este pedido da família".
"No entanto, as condições meteorológicas não são favoráveis. Prevê-se uma tempestade para quarta-feira, portanto vamos ter apenas entre domingo e terça-feira para fazer as buscas", indicou Carlos Teixeira.
Questionado sobre a esperança em encontrar João Marinho vivo, o mesmo responsável adiantou à Lusa na sexta-feira passada que a probabilidade era baixa, mas que conhece muitas histórias de montanhistas que estiveram dados como mortos e apareceram dias depois, sobrevivendo a condições muito adversas.
"O problema naquela zona é que existem muitos buracos fundos. Se uma pessoa cair ali e partir uma perna é difícil sair e ser encontrada, mas tudo faremos ao nosso alcance para encontrá-lo", vincou.
A Guardia Civil de Espanha, que contou com o apoio de equipas de resgate da Guarda Nacional Republicana de Portugal, deu na passada quinta-feira por encerradas as operações de busca pelo montanhista desaparecido, após o agravamento das condições meteorológicas, passando a fazê-lo de uma forma menos alargada.
João Marinho, atleta natural de Amarante, distrito do Porto, é adepto de desportos radicais e encontra-se desaparecido há cerca de duas semana, nos Picos da Europa, ao que tudo indica próximo de Pena de Santa de Castilla, entre a vertente de Leão e das Astúrias.
As últimas fotografias de João Marinho nas redes sociais Facebook e Instagram datam de 04 de novembro passado e nelas o aventureiro aparece com o equipamento de montanha e com os Picos da Europa como pano de fundo.
A notícia do desaparecimento do montanhista, que se apresenta como "ciclista de montanha, corredor de trilhos e viciado em desportos de aventura", na página do Facebook, está nas redes sociais desde há mais de uma semana, com vários comentários de encorajamento e de esperança de que o cidadão português ainda seja encontrado com vida.
João Marinho foi o impulsionador do Douro Bike Race, organizou a prova de BTT Mountain Quest e o Réccua Douro Ultra Trail.