Bares adotam ação contra proibição de vender bebidas após 01:00

Alguns bares do Cais do Sodré, Lisboa, realizam no sábado, entre a 01:00 e as 03:00, uma ação satírica com colaboradoras a "assinalar 'fora de jogo' aos clientes" que levarem copos para a rua naquele horário.

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Lusa
23/01/2015 ‧ 23/01/2015 por Lusa

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Cais do Sodré

"Iremos pôr em prática, a partir da 01:00, uma ação que consiste em colocar uma modelo vestida de fiscal de linha, à porta de alguns dos bares nossos associados, com bandeirinhas e apitos, a assinalar 'fora de jogo' aos clientes que pretenderem passar a linha da porta com bebidas", informou hoje o movimento Lisboa Com Vida, que junta alguns dos estabelecimentos com menor dimensão do Cais do Sodré.

De acordo com uma nota enviada à agência Lusa, a iniciativa visa informar os clientes "de que não podem sair dos bares com bebidas, mas de uma forma caricata e de maneira a que estes não sintam que a 'culpa' é dos bares, mas sim da autarquia" lisboeta.

Em causa está a proibição de os estabelecimentos do Cais do Sodré, Santos e Bica venderem, a partir de hoje, bebidas para o exterior depois da 01:00. Se, mediante ações de fiscalização, for verificado que esta norma não é cumprida, o estabelecimento poderá ser penalizado com a redução temporária do horário de funcionamento, tendo de fechar às 23:00 todos os dias da semana.

A medida está incluída no despacho da câmara de Lisboa, que prevê também que os bares do Cais do Sodré, Santos e Bica passem a fechar às 02:00 em dias úteis e às 03:00 ao fim de semana, enquanto atualmente podem funcionar até às 04:00, e que as lojas de conveniência localizadas nestas zonas deixem de ter como limite as 02:00 e tenham de encerrar às 22:00.

Em declarações à agência Lusa, o representante do movimento Lisboa Com Vida, Cristóvão Caxaria, explicou que a proibição de vender bebidas para fora após a 01:00 é a medida que mais afeta os estabelecimentos com capacidade para 10 a 20 pessoas.

"Não deveríamos ser nós a fazer isso, [impedir que pessoas saiam para a rua com bebidas] e não deveríamos ser nós a ser punidos por isso", sustentou.

De acordo com o responsável, "a faturação vai cair certamente", até porque "a médio e longo prazo, as pessoas vão deixar de ir" aos bares e passarão a trazer bebidas de casa.

O vereador da Higiene Urbana da Câmara de Lisboa, Duarte Cordeiro, disse no início da semana que, para garantir que a proibição é cumprida, os espaços devem funcionar "com as portas fechadas e, no ato de venda ao cliente, informá-lo que deve consumir dentro do estabelecimento".

Usar copos de vidro em vez de plástico também poderá "evitar que os clientes saiam para a rua", acrescentou o autarca.

Adotar copos de vidro poderá ser uma alternativa, porque "é mais fácil controlar as saídas do que com copos de plástico, que são descartáveis e as pessoas levam para onde querem", admitiu Cristóvão Caxaria.

Contudo "há bares que não têm capacidade" para estar constantemente a limpar os copos e para "servir imperiais em copos de vidro, que é o que sai mais", argumentou.

Ter segurança à porta poderia ser outra das soluções, mas ainda não foi equacionada por comerciantes como Cristóvão Caxaria, que afirmou não ter capacidade financeira para o fazer.

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