Câmara de Sintra quer silo para estacionamento
A Câmara de Sintra anunciou que vai lançar um concurso para a construção de um silo para estacionamento de 800 viaturas na Portela, junto ao departamento de urbanismo, que poderá incluir lojas e restauração.
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País Urbanismo
"A ideia é fazer ali um silo, completamente integrado no território, que tenha no topo um jardim, um restaurante e lojas, que seja um grande dinamizador de toda aquela zona", disse à agência Lusa o presidente da câmara, Basílio Horta (PS).
Num despacho datado de hoje, o autarca cria uma unidade de missão, com técnicos municipais, para preparar o concurso de "adjudicação da conceção, construção e exploração de um autossilo na Praça D. Afonso Henriques", na Portela de Sintra.
No local esteve prevista a concentração de todos os serviços municipais, mas do projeto inicial apenas foi construído um módulo, onde funciona o departamento de urbanismo.
O processo deve ser submetido à Assembleia Municipal, até 30 de junho, e prever um "total estimado de 800 lugares 'cobertos', a harmonização da circulação rodoviária", a otimização ambiental e o enquadramento urbanístico envolvente, segundo o despacho.
"Temos estudos económicos e estudos paisagísticos e pode ser uma excelente maneira não só para a mobilidade na Vila Velha [centro histórico], como também para a requalificação daquela área", salientou Basílio Horta.
O presidente da autarquia estimou que, atualmente, estacionem no local 400 veículos, "sem qualquer ordenamento", e que o projeto dinamize quer a zona pedonal (Av. Heliodoro Salgado), quer "todo o comércio na zona".
Segundo Basílio Horta, "os funcionários da câmara que estacionam ali vão ter um regime especial, negociado com quem ficar com o silo".
O autarca não arrisca quantos pisos serão precisos, mas julga "que não será necessário fazer escavações, porque há um desnível e a área é muito grande".
No capítulo da conceção será analisado como requisito importante a integração no território, "ao lado do preço e do número de carros que o silo vai ter".
No despacho justifica-se o investimento com o "significativo acréscimo" de visitantes no centro histórico, nos últimos anos, referindo-se que só em 2014 foram vendidos dois milhões de ingressos nos monumentos geridos pela sociedade Parques de Sintra-Monte da Lua.
Nesse sentido, um estudo de tráfego apontou o relevo da Portela de Sintra para receber "os lugares de estacionamento a 'retirar' da Vila Velha e os que venham a resultar da redução do estacionamento ilegal".
O parque do departamento de urbanismo situa-se próximo do centro histórico e por isso é considerado adequado para a construção do autossilo.
No documento alerta-se, no entanto, que serão necessárias "outras soluções" para criar "um verdadeiro sistema de mobilidade", que não pode resumir-se ao autossilo, "sob pena da criação de graves dificuldades no domínio da circulação rodoviária".
Para Basílio Horta, o silo é "um elemento muito importante na mobilidade", mas tem de ser acompanhado com mais parques, incluindo no Ramalhão, e com "a mudança de sinalização na vila, pavimentação, alargamento dos passeios [e] colocação de pilaretes".
A autarquia alterou, na última quinta-feira, a circulação no centro histórico, que passou a fazer-se através de sentido único na zona do antigo Museu do Brinquedo, no entroncamento da Avenida Visconde de Monserrate com a Volta do Duche até à Praça da República, junto ao Palácio Nacional de Sintra.
A alteração será complementada com o reforço da oferta de transportes públicos, a partir de 29 de março, através das carreiras 434 (Circuito da Pena), 435 (Villa Express 4 Palácios) e 403 (Cascais Terminal-Sintra Estação, adiantou a autarquia em comunicado.
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