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Resultados sobre consumo de álcool "não surpreendem'

O presidente do Observatório Europeu da Droga e Toxicodependência, João Goulão, disse hoje "que os resultados do relatório da OCDE que indicam que Portugal é o nono com maior consumo de álcool per capita não "surpreendem".

Resultados sobre consumo de álcool "não surpreendem'
Notícias ao Minuto

13:28 - 12/05/15 por Lusa

País João Goulão

"Não são dados surpreendentes, mas quero ressalvar que temos verificado alguns progressos no que diz respeito aos consumos. Podemos constatar que nos últimos anos os padrões de consumo de maior nocividade diminuíram", disse à agência Lusa João Goulão.

De acordo com um relatório da OCDE sobre o consumo nocivo de álcool e o seu impacto na saúde pública, relativo ao período entre 1992 e 2012, neste último ano Portugal apresentou uma média de consumo de bebidas alcoólicas a rondar os 11 litros per capita, quando a média da OCDE se situava nos 9,1%.

Esta lista é encabeçada pela Estónia, seguida pela Áustria e pela França, com consumos a rondar os 12 litros per capita.

No entanto, o mesmo documento revela que Portugal foi o quinto país que mais baixou o consumo de álcool desde 1992, com uma redução superior a 20%.

Em declarações à agência Lusa, João Goulão, que também é presidente do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), confirmou que o consumo diminuiu, mas ainda está longe daquilo que são os consumos nórdicos, "em que há uma enorme predominância de consumo esporádico excessivo".

"Se tivéssemos a tendência inversa estaríamos mais preocupados. Contudo, continua a haver uma predominância de consumo de vinho, que ocorre entre os mais velhos, de cervejas e de bebidas espirituosas", adiantou.

No entender de João Goulão, continua a existir em Portugal "grande complacência" em relação ao consumo do álcool, que tem de ser combatido.

"Por isso, foi criada recentemente uma legislação e é importante a norma acompanhar o que são as recomendações da ciência. Está claramente comprovado que quanto mais precoces são os consumos maior é a nocividade e maior a probabilidade de desenvolver dependência", explicou.

João Goulão referiu que a norma, que fixa a idade a o partir da qual é possível adquirir bebidas alcoólicas nos 18 anos, aprovada em Conselho de Ministros, deverá entrar em vigor já no próximo mês de junho.

"Esperemos que esta norma seja interiorizada pelos cidadãos e os ajude a perceber que consumir álcool abaixo da idade é nocivo", concluiu.

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