A proposta assinada pelos vereadores Manuel Salgado (Urbanismo) e Catarina Vaz Pinto (Cultura), defende "a necessidade de implementar uma estratégia que promova não só a adequação das infraestruturas de apoio existentes aos crescentes fluxos de visitantes à área monumentalizada do Castelo de São Jorge".

Ao mesmo tempo, é preconizada a adoção de "um conjunto de medidas que deem resposta às necessidades da população residente" naquela zona, onde a "atratividade turística tem também condicionado em grande medida a sua qualidade de vida.

Neste contexto, a Câmara criou o Programa de Valorização Cultural e Territorial da Alcáçova de Lisboa, que prevê aplicar medidas restritivas à circulação de automóveis naquela zona da cidade, como "veículos utilizados para fins turísticos em toda a colina", segundo o anexo à proposta.

O objetivo é reduzir o tráfego na zona intramuros, estando também previsto um parque de estacionamento subterrâneo sob o campo de jogos da Verbena -- à qual será possível aceder pela Rua Bartolomeu de Gusmão e pela Travessa de São Bartolomeu -- com 180 lugares, destinados essencialmente a moradores. Desta forma evita-se "o estacionamento no escasso espaço público existente, que tem condicionado a sua utilização e fruição, tanto por moradores, como por visitantes", lê-se na proposta.

Por cima do parque, a autarquia tenciona criar uma zona verde e qualificar o parque desportivo, com a construção de balneários.

Prevista está, ainda, a "desativação do parque de estacionamento de moradores existente no interior do circuito de visita do Castelo de São Jorge e a requalificação da área", através da "introdução de novas valências culturais, nomeadamente a criação do anfiteatro, com capacidade para acolher cerca de 400 pessoas", lê-se no programa.

O Castelo de São Jorge está situado no seio da Alcáçova de Lisboa, um enclave de 6,5 hectares que inclui também o bairro do Castelo.

É esta zona histórica que o município quer requalificar, admitindo a possibilidade de se candidatar a fundos comunitários.

No final de janeiro, o vereador Manuel Salgado disse à Lusa que Câmara estava a preparar uma candidatura a fundos comunitários, juntamente com o município de Palmela, para reabilitar os castelos existentes nas autarquias.

Na ocasião, o município aprovou a realização de estudos para a instalação de um funicular, de escadas rolantes e de um elevador para facilitar os acessos à Graça, à Mouraria e à Sé, respetivamente, tanto para residentes como para visitantes, que vão ser tidos em conta neste programa de valorização.

No documento, lê-se também que a Câmara quer melhorar as acessibilidades ao castelo, através do "tratamento de pavimentos, tornando-os mais confortáveis e seguros", e da eliminação de barreiras arquitetónicas.

Além disso, a autarquia tenciona melhorar a informação disponibilizada ao visitante durante a visita ao castelo, com recurso a novas tecnologias e da "massificação da utilização dos dispositivos móveis".