CGTP acusa 'troika' de querer esmagar gregos
Os parceiros sociais manifestaram hoje a sua preocupação perante o impasse nas negociações entre a Grécia e os credores internacionais, com a CGTP a acusar a 'troika' de querer "esmagar" o povo grego.
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País Impasse
"Para a CGTP, o problema nem é económico, nem financeiro, mas sim um problema político. Ou seja, a Comissão Europeia e a 'troika' não querem só impor um acordo, querem esmagar o povo grego relativamente aquilo que querem impor", disse Arménio Carlos.
O líder da Intersindical, que falava aos jornalistas no final de uma reunião preparatória do Conselho Europeu de 25 e 26 de junho e presidida pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, teceu fortes críticas ao Governo quanto à posição que este tem vindo a assumir nas negociações em Bruxelas.
"Neste momento, o que se justificava não era o Governo português estar numa posição de insistência para que a 'troika' - composta pelo Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional - não cedesse, ou não tivesse uma outra abertura para com o povo grego, mas pelo contrário, que o Governo português, depois de tudo o que se passou, fosse um dos primeiros a assumir que era necessário encontrar outras alternativas porque aquelas que nos foram impostas demonstraram que eram completamente erradas, injustas, e inaceitáveis", considerou o dirigente sindical.
A presidente da UGT, Lucinda Dâmaso, considerou, por seu turno, que "este Conselho Europeu vai realizar-se num momento crítico para a Grécia e para toda a Europa", advogando que "é imprescindível que a Grécia permaneça na União Europeia".
"A posição da UGT é que a Grécia e a Europa devem encontrar uma solução que permita que a Grécia faça o seu caminho, continue no euro, e que o povo grego não seja sujeito a mais humilhações", afirmou.
Lucinda Dâmaso defendeu ainda que" todas as medidas adotadas não podem ser medidas para mais desespero e mais pobreza, mas têm de ser sempre medidas que promovam o crescimento e o emprego".
"A Grécia precisa hoje, mais do que nunca, que essas medidas sejam implementadas", insistiu a presidente da UGT.
Já o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, manifestou-se preocupado com uma eventual saída da Grécia da zona euro e possíveis repercussões para Portugal.
"Pensamos que deveria haver um esforço europeu nesse sentido [de um acordo] na medida em que, como disse o presidente do BCE, Mario Draghi, uma eventual saída da Grécia do euro é uma coisa nova e nós não esperamos que suceda nada de bom", declarou o responsável.
Salientando que "a saída da Grécia é preocupante para toda a gente", Vieira Lopes acentuou que "não vale a pena estar neste momento a pensar que alguém pode ficar salvaguardado. É uma grande incógnita e será muito prejudicial para o futuro da Europa" se a Grécia abandonar a moeda única.
Hoje, ao final da tarde, realiza-se mais um Eurogrupo, um encontro que se prevê longo com os ministros das Finanças da zona euro a discutirem um eventual compromisso com base na apreciação mais aprofundada levada a cabo desde segunda-feira pelas instituições envolvidas nas negociações, Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional.
Segundo vários meios de comunicação social, os credores querem mais cortes nas pensões e mais aumentos do IVA (imposto sobre o consumo) e uma subida menor no imposto proposto pelo Governo helénico sobre as grandes empresas.
O acordo com Atenas em torno do programa de assistência financeira é necessário para levar ao desbloqueamento da última 'tranche' do resgate, de 7,2 mil milhões de euros - essencial para as autoridades gregas conseguirem honrar atempadamente os seus compromissos.
Depois do Eurogrupo de hoje, o tema Grécia também será discutido ao nível de líderes na cimeira de chefes de Estado e de Governo agendada para quinta e sexta-feira, também na capital belga.
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