Ações terroristas ferem tanto o mundo islâmico como ocidental
O presidente da Câmara de Comércio e Indústria Árabe Portuguesa (CCIAP) afirmou hoje que os ataques dos grupos terroristas ferem tanto o mundo islâmico como o mundo ocidental e apelou a um conjugação de esforços para "limitar os estragos".
© Global Imagens
País Ângelo Correia
"Quer o mundo islâmico, quer o mundo ocidental foram ambos feridos", comentou Ângelo Correia a propósito dos atentados da última semana em Paris (França), Beirute (Líbano) e Bamako (Mali), à margem do III Fórum Económico Luso-Árabe, que decorre hoje em Lisboa.
O responsável do CCIAP salientou que "não há um choque civilizacional", e sim um "um conjunto de acontecimentos" que "são feitos com uma designação islâmica, mas não têm nada a ver com a prática, a teoria, os fundamentos do Islão".
Destacando que "a confiança é um elemento fundamental em qualquer relação" e como tal "tem altos e baixos", Ângelo Correia considerou que é "obrigação de todos ultrapassar os pontos baixos" e paleou à conjunção de esforços entre o mundo islâmico e o mundo ocidental para "tentar limitar os estragos e evitar que se propaguem".
Para Ângelo Correia, o problema do terrorismo não tem a ver com a cultura árabe dominante, tratando-se antes de um epifenómeno localizado nalgumas áreas, com uma deriva ideológica- religiosa estranha ao mundo árabe que é também "a primeira vítima deste tipo de atividades".
O presidente da CCIAP frisou ainda que o problema não é militar e que é preciso pensar no dia de amanhã.
"O grande problema não são as guerras, é o que se faz depois da destruição. As pessoas pensam que resolver um problema destes é um problema militar, com bombas, aviões, tropas e mísseis. Não é. Quando muito é o primeiro dia e o problema não é o primeiro dia, é o segundo e o terceiro", defendeu.
Ângelo Correia disse igualmente que as empresas devem estar preparadas para "avançar em qualquer altura, desde que tenham condições para não sofrer", mas ressalvou que "não devem ir para o mundo árabe sem o mínimo esforço prévio de tentar perceber o que é o mundo árabe e com quem estão a lidar".
Nos últimos sete anos, o volume de trocas comerciais entre Portugal e os países árabes duplicou, mas as empresas nacionais continuam a ter pouca expressão nestes países, à exceção do Magrebe.
O líder da CCIAP deu como exemplo os países do Golfo árabe que "tiveram programas de construção enormes", mas onde praticamente não operam empresas portuguesas, apelando a que façam um esforço para sair de Portugal.
"Não podem estar à espera de Alá, nem à espera da câmara [de comércio], têm de fazer um esforço próprio e as empresas portuguesas muitas vezes não fazem esforços suficientes. Ficam à espera que o negócio caia do céu, e não cai, é construído", observou.
O III Fórum Económico Luso-Árabe, que se realiza hoje e terça-feira em Lisboa, está centrado em três áreas consideradas fundamentais para as empresas portuguesas: o imobiliário, a agricultura e a construção.
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