"Não é possível fazer reforma do Estado condicionada por cortes"
O secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores (UGT), João Proença, defendeu esta quarta-feira a necessidade de haver uma reforma do Estado, mas disse que a mesma não é compatível com o esforço dos cortes orçamentais em curso.
© LUSA
País João Proença
"A reforma do Estado é um processo permanente. É preciso discutir a melhor utilização dos serviços públicos, mas não é possível fazer uma reforma do Estado condicionada pelos cortes orçamentais", lançou Proença na sua intervenção numa conferência promovida pela JSD na Faculdade de Direito de Lisboa.
"Estamos num processo de ajustamento à crise em que nos é imposta, muitas vezes, uma ultra-austeridade", salientou, antes de defender a valorização dos trabalhadores como caminho para sair da crise.
"Não é pelos salários baixos que vamos ganhar competitividade. Os salários não devem travar a competitividade, mas devem aumentar, até para promover o crescimento interno", considerou o dirigente sindical.
Segundo Proença, actualmente, "o desemprego é a questão central" em Portugal.
"Com um desemprego dos jovens de 40% e um desemprego geral de 17%, estamos a aproximarmo-nos de um ponto muito perigoso", afirmou, frisando que para criar emprego é necessário haver confiança.
"Precisamos de políticas viradas para o crescimento e o emprego. Queremos mudanças, mas para melhor e não para pior", afirmou.
O líder sindical frisou ainda que, "com a quebra dos rendimentos, há uma quebra do consumo muito grande, ainda aliada à crise de confiança. Isto é muito negativo em termos económicos e também sociais", reforçando o desejo de ver concretizado o desejo de haver uma subida do salário mínimo.
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