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"A portaria não foi publicada logo por ser véspera de eleições"

Houve várias propostas legislativas, mas nenhuma avançou até hoje. Neurorradiologistas deixaram de estar escalados para o fim de semana, o que terá ditado a morte de um doente.

"A portaria não foi publicada logo por ser véspera de eleições"
Notícias ao Minuto

10:05 - 31/12/15 por Notícias Ao Minuto

País Leal da Costa

Fernando Leal da Costa deu uma entrevista do Diário de Notícias no seguimento da morte de um jovem de 29 anos no Hospital de São José, após uma espera de dois dias devido à falta de equipa de neurorradiologia.

Àquele jornal, o ex-secretário de Estado garantiu que “não teve conhecimento de outros casos” semelhantes, admitindo que na morte de David Duarte “houve claramente um problema de comunicação entre os profissionais e a família”. Além disso, “do ponto de vista ético e deontológico houve algo que correu muito mal”.

Recorde-se que, como indicou ao Público o presidente do colégio da especialidade de Neurorradiologia da Ordem dos Médicos, em 2012, responsáveis do serviço ameaçaram a administração do hospital, dizendo que suspenderiam as escalas ao fim de semana caso não fosse revisto o pagamento das horas extraordinárias.

Na perspetiva do antigo ministro da Saúde, “por um lado, houve falta de flexibilidade dos profissionais de saúde, por outro, houve demora no processo legislativo”.

“Há uma série de atos interventores que passam por mais do que um ministério. No essencial estava tudo resolvido se os profissionais tivessem aceitado desde logo. Podiam ter tido mais paciência e confiado que se estava à procura de uma solução, mesmo que tivesse demorado. Mas percebo que infelizmente os trabalhadores desconfiassem do Estado”, explicou.

Leal da Costa adiantou que houve várias propostas legislativas no sentido de resolver este problema, mas nenhuma avançou até então. “Uma em 2013-2014 que foi recusada porque não era possível fazer um diploma que só se aplicasse a alguns profissionais. Uma segunda tinha a perspetiva nacional, embora tivesse aplicação ao serviço de neurorradiologia de intervenção”.

Contudo, e apesar de o diploma ser “consensual”, “a portaria não foi publicada desde logo por ser véspera de eleições e, mais tarde, estando um governo em gestão, entendi que não seria decente fazê-lo, já que iria haver um aumento da despesa”, justificou.

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