Desigualdade de género no Funchal é semelhante ao todo nacional
A presidente da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) admitiu hoje, no Funchal, que a desigualdade de género neste concelho "acompanha de perto" a situação ao nível nacional, onde ainda há um "grande caminho a percorrer".
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País UMAR
Maria José Magalhães afirmou, no entanto, que o número de mulheres desempregadas que não auferem subsídio é mais elevado no Funchal, do mesmo modo que a maior parte das prestações sociais beneficiam pessoas do sexo masculino, ao contrário do que acontece no resto do país.
A presidente da UMAR participou na apresentação pública do "Diagnóstico Social pela Igualdade de Género no Funchal", um estudo desenvolvido por esta associação em 2015, que contou com o apoio da autarquia.
"O estudo revela que a igualdade de género ainda está longe de ser conseguida, embora haja algumas mudanças positivas, mas poucas e pequenas", disse, sublinhando que a investigação concluiu que as grandes desigualdades situam-se fundamentalmente na área do trabalho, onde as mulheres auferem rendimentos 31% inferiores aos homens, estando, porém, em ligeira vantagem no que toca aos ordenados entre 1.400 e 2.000 euros.
No entanto, ao nível dos cargos dirigentes, nos setores público e privado, os homens estão com "muita vantagem", ainda que, paradoxalmente, as mulheres apresentem níveis de escolaridade superiores.
Maria José Magalhães salientou que as mulheres firmam contratos de trabalho com maior precariedade e a grande dependência económica face aos homens situa-se na faixa etária entre 21 e os 40 anos.
"Quanto ao número de horas de trabalho fora de casa, verificou-se que houve um acréscimo de sete horas diárias, para homens e mulheres, mas no trabalho doméstico as mulheres despendem o dobro das horas", explicou a presidente da UMAR.
Em termos de discriminação de género, violência e assédio sexual, o estudo demonstrou que a percentagem de vítimas do sexo feminino no Funchal é "bastante menor" em comparação com o todo nacional, onde a prevalência da violência doméstica é de uma em cada quatro mulheres.
"Para que haja igualdade de género em Portugal, ainda há um grande caminho a percorrer, sobretudo ao nível das condições objetivas", afirmou Maria José Magalhães, vincando que o problema não tem tanto a ver com a mudança das mentalidades, mas com medidas práticas que conduzam ao aumento do emprego e da independência económica.
A presidente da UMAR sublinhou que o "Diagnóstico Social pela Igualdade de Género no Funchal" é um estudo pioneiro, feito com rigor científico, sendo que o tratamento dos dados teve por base 500 respondentes, uma amostra que diz ser "representativa" e que teve em conta os diversos setores da vida social no concelho.
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