Localidade da família morta no acidente cancelou visita pascal
A comunidade do lugar de Saímes, em Cinfães, de onde emigrou a família - pai, mãe e filha - que morreu no acidente de viação em França, na quinta-feira, cancelou a visita pascal.
© Reuters
País Cinfães
Quase todos os habitantes de Saímes têm laços familiares entre si, tendo intensificado o apoio aos que são mais próximos das vítimas. "Pouco mais podemos fazer", disse à Lusa Fátima Carvalho, de 63 anos, vizinha da família.
Apontando para a casa que o casal estava a construir, quase pronta, Fátima Carvalho disse que "todo o lugar está a sofrer muito".
No lugar de Saímes, com pequenas casas, muito próximas, e uma rua estreita que vai dar a um largo com uma capela, todos elogiam o espírito trabalhador e a simpatia das vítimas e recordam que aquela família - o pai, de 39 anos, a mãe, com 28 e uma menina, com sete anos - regressava a Cinfães, duas vezes por ano, no Natal e, em julho, para as festas do lugar em honra de S. Cristóvão.
Outra vizinha disse que a Páscoa ficou estragada com o acidente e que o povo ficou sem vontade de receber a visita pascal, marcada para segunda-feira.
"Estamos todos muito tristes. Eram pessoas muito queridas aqui", murmurou Fátima Cardoso, de 51 anos.
O presidente da Câmara de Cinfães, Armando Mourisco, passou esta tarde pelo lugar. À Lusa, contou que se trata de "uma comunidade muito unida, habituada a conviver".
"Estão a sofrer e tudo faremos para os ajudar. Técnicos do Município de Cinfães já estão a prestar apoio psicológico e social", afirmou.
O autarca também lembrou outra vítima do seu concelho, naquele acidente, um homem de 35 anos, proveniente de Travanca. "Era muito conhecido e trabalhador", lamentou.
Mourisco disse que, como no caso de Espadanedo, a autarquia está a trabalhar com as autoridades francesas para tratar da trasladação dos corpos para Portugal.
Os presidentes das duas juntas de freguesia - António Cardoso, de Travanca, e Paulino Amorim, de Espadanedo - em declarações à Lusa, falaram de "momentos sombrios de grande dor" e prometeram colaborar com a câmara, no apoio aos familiares.
António Cardoso era amigo da vítima. Em declarações à Lusa, disse que a comunidade local, "apesar de estar em choque", tudo fará para ajudar a família enlutada.
Paulino Amorim falou de "uma freguesia em luto, pela morte pessoas que lutavam por uma vida melhor". "Eram pessoas queridas". Todos, na localidade, estarão motivados para ajudar, acrescentou.
No concelho vizinho de Castelo de Paiva, também se chora a morte de um residente, um homem de 38 anos que morava em Fornos e que emigrara para a Suíça, há cerca de dois anos.
"Estive na casa da família. É um momento muito trágico, ainda por cima nesta altura da Páscoa", contou o presidente da Câmara, Gonçalo Rocha.
O autarca avançou que os técnicos do Município já estão a trabalhar, prestando apoio psicológico e social e em contacto com as autoridades, para tratar da trasladação.
Os 12 portugueses, com idades entre os 7 e os 63 anos, morreram na sequência de um choque frontal, entre a carrinha em que seguiam e um veículo pesado, cerca das 23:45 de quinta-feira, na estrada nacional 79, perto de Lyon, na localidade de Moulins (centro de França).
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e os primeiros-ministros português, António Costa, e francês, Manuel Valls, expressaram condolências às famílias das vítimas, que viajavam da Suíça para passarem a Páscoa em Portugal.
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