Paróquia em alvoroço com funeral de bebé recém-nascido

Família alega que padre se recusou a fazer funeral de um recém-nascido. Pároco de Santiago de Cassurrães nega. Revolta instala-se na povoação de Casal de Cima, em Mangualde.

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Goreti Pera
01/04/2016 12:20 ‧ 01/04/2016 por Goreti Pera

País

Mangualde

A tristeza é o sentimento que impera desde segunda-feira em Casal de Cima, na freguesia de Santiago de Cassurrães, em Mangualde.

A morte de um recém-nascido, com apenas 13 dias, deixou a família e a povoação em choque. O caso saltou para os jornais devido à alegada recusa do padre da paróquia em fazer uma missa e em celebrar o funeral do bebé, por este não ser batizado.

Em conversa com o Notícias ao Minuto, a bisavó de Martim disse-se em “choque” e contou o que aconteceu no dia após a morte de Martim: “A minha filha foi falar com o padre Celestino Ferreira, que se recusou a deixar que levassem o menino para a capela de São Cristóvão”, em Casal de Cima. É para este local que geralmente são levados os mortos naquela aldeia do distrito de Viseu.

“Começou por dizer que não estava batizada e por isso não precisava de ser velada”, acrescentou Ana Martins.

Mediante a pressão de familiares, o pároco permitiu que o corpo de Martim fosse para a referida capela, mas recusou-se a acompanhar o bebé no dia do funeral, que se realizou na terça-feira, segundo a bisavó de Martim.

Perante a recusa, um outro padre preparou-se para assumir o seu lugar, até que, “pouco antes da hora do funeral, recebeu uma chamada do padre Celestino a dizer que não autorizava a celebração da missa”.

A versão do pároco, porém, não coincide com a da bisavó. Ao Notícias ao Minuto, Celestino Ferreira garantiu que “é mentira” o que tem sido contado pela família da criança e assegurou que se predispôs a fazer o funeral depois de receber uma declaração que comprovava que o bebé, no final da vida, foi batizado por uma enfermeira no hospital.

“Estão a deturpar tudo. Às 16 horas estava na igreja para realizar o funeral. Só saí depois de meia hora, porque não apareceu ninguém!”, alegou o pároco.

Em todo o caso, não deixou de explicar que "um bebé batizado não precisa de missa antes de ter pecados". Já se não for batizado, "a missa não lhe vale de nada".

Martim, com apenas 13 dias de vida, acabou por ser enterrado após uma cerimónia conduzida por um padre substituto. A família continua à espera do resultado da autópsia. Tudo indica que terá sofrido morte súbita.

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