Motociclista viaja do Algarve ao Nepal para apoiar vítimas de terramoto
Um motociclista português vai iniciar a 25 de abril uma viagem de mais de 11.000 quilómetros, entre o Algarve e Katmandu, para recolher apoios para ajudar as vítimas do terramoto que destruiu a capital nepalesa, em 2015.
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País 2015
A moto de 125 centímetros cúbicos deverá arrancar do centro comercial Fórum Algarve, em Faro, pelas 12 horas, e prevê-se que a 'Expedição Nepal' chegue a Katmandu 45 dias depois, a 10 de junho, Dia de Portugal.
"Vou sozinho, esperando levar muita gente atrás. Ou seja, que as pessoas acompanhem a viagem através da página de 'facebook' 'Expedição Nepal', em que irão sendo relatados os acontecimentos e as notícias daquilo que irá acontecendo", explicou hoje à agência Lusa Artur Brito, 54 anos.
A ideia surgiu quando o amante de motos estava na internet e se deparou com o trabalho humanitário da Associação Obrigado Portugal e dos jovens Pedro Queirós e Lourenço Macedo, que se mantiveram no Nepal a apoiar pessoas afetadas pelo terramoto.
Artur Brito conta que ficou sensibilizado com o trabalho desenvolvido, sobretudo depois de tomar conhecimento do projeto 'Our Dream Village', ainda em curso e que visa a construção de cerca de 220 casas para os mais atingidos pelo terramoto de 12 de maio de 2015.
"Pus-me em campo, apresentei a ideia à associação e eles ficaram entusiasmados. A partir daí, foi criar uma equipa que me pudesse ajudar e ir à procura dos apoios para viabilizar a viagem", explicou o motociclista, que perdeu a perna esquerda num acidente de moto, há 25 anos.
Um dos apoios à 'Expedição Nepal' veio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), que Artur Brito bem conhece, já que foi acolhido na instituição aos seis meses e ali esteve até aos quatro anos, idade em que foi adotado.
"Pelo acentuado caráter solidário e simbólico desta iniciativa, a SCML entra nesta aventura única com Artur Brito, patrocinando a viagem e reforçando os laços com este 'filho da casa', já que se trata de um exemplo de coragem e de solidariedade, valores espelhados nesta expedição", refere a instituição, em comunicado.
A Associação Obrigado Portugal irá depois canalizar os fundos angariados ao longo da viagem e materiais de construção para o destino - Campo Esperança, em Katmandu -, "dando continuidade ao trabalho de reconstrução já iniciado e proporcionando o realojamento de várias famílias afetadas pelo terramoto", acrescenta a nota da Misericórdia de Lisboa.
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