Eram esperados momentos de grande tensão esta manhã junto à entrada do Porto de Lisboa, em Alcântara, depois de ter sido noticiado que os operadores do Porto de Lisboa iam avançar com um despedimento coletivo por redução da atividade. Isto porque o Sindicato dos Estivadores recusou, na sexta-feira, uma nova proposta para um novo contrato coletivo de trabalho, que contemple progressões automáticas de três em três anos.
Esta é uma luta que dura há quatro anos. E depois de esta greve ter começado no dia 20 de abril, cerca de quatro dezenas de estivadores estiveram esta manhã a mostrar o seu descontentamento.
O momento de maior tensão foi quando entraram às 9 horas três camiões para recolher contentores, o primeiro saiu vazio, ao que os estivadores aplaudiram, mas o segundo já saiu carregado, o que gerou alguma confusão.
Quem lá estava para controlar a situação foi a PSP que deslocou 30 elementos para a saída do terminal, de forma a que o dia decorresse com normalidade.
No local encontram-se ainda quatro Equipas de Intervenção Rápida. “Estamos aqui para garantir que quem se quer manifestar consiga manifestar-se e garantir que quem quer trabalhar o consiga também”, disse o porta-voz da PSP, Hugo Abreu.
Durante a manhã surgiu uma luz ao fundo do túnel quanto a um possível entendimento, uma boa notícia já que os estivadores estão há 35 dias sem trabalhar e pretendem continuar até 16 de junho.
Segundo o presidente do Sindicato dos Estivadores, os trabalhadores estão dispostos a chegar a um acordo caso a empresa criada paralelamente for encerrada e se forem resolvidas duas situações do contrato coletivo.
A Associação de Operadores do Porto de Lisboa garantiu que se os trabalhadores e o sindicato quiserem chegar a acordo, os despedimentos poderão ser evitados.
Esta greve representa um prejuízo enorme. Por dia, os operadores falam em 300 mil euros, ou seja, esta paralisação já provocou perdas superiores a 10,2 milhões de euros.