Sob o lema "Precariedade? Nem para os estivadores nem para ninguém", a concentração, que contará com trabalhadores de vários portos nacionais, está marcada para as 18:00 no Cais do Sodré, dirigindo-se depois para a Assembleia da República.
O grande alvo dos estivadores é a lei do trabalho portuário (Lei n.º 3/2013), aprovada pelo anterior Executivo de Passos Coelho com os votos favoráveis do PS e que o atual Governo já garantiu que não vai alterar.
"Não vamos alterar a lei do trabalho portuário. O Governo não vai alterar a lei do trabalho portuário e não se trata de pressões, ou não. Não vai alterar a lei aprovada com os votos favoráveis do PS [...] na medida em que se trata de uma adaptação à legislação comunitária", afirmou na terça-feira no Parlamento a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino.
Já na quarta-feira, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Tráfego e Conferentes Marítimos do Centro e Sul de Portugal, António Mariano, que esteve no Parlamento, por requerimento do PCP, defendeu que a lei do trabalho portuário "veio introduzir fatores de precariedade acrescida".
Aliás, o dirigente sindical foi perentório ao afirmar que o conflito laboral teve origem na legislação, que sempre foi contestada pela classe, e que originou vários pré-avisos de greve - só em 2013 sucederam-se durante seis meses, mas só resultaram num dia de paragem efetiva.
A paz social parecia ter chegado em janeiro quando a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, conseguiu reatar as negociações com vista à assinatura de um novo Contrato Coletivo de Trabalho no Porto de Lisboa, mas em abril foram interrompidas e as greves paralisaram o Porto de Lisboa durante 38 dias.
A 27 de maio, mais uma vez, a ministra do Mar foi porta-voz de um novo compromisso entre os operadores e os estivadores com vista à assinatura de um novo CCT, que permitirá aos estivadores "recuperar pela negociação coletiva coisas que a lei retirou", explicou hoje António Mariano.
O primeiro ponto desse acordo assinado na noite de 27 de maio, depois de uma longa maratona negocial, previa a redação e assinatura do novo CCT com uma duração de seis anos, no prazo de 15 dias, prazo que terminou no sábado, dia 11 de junho, atraso que a ministra justificou com a ausência de uma das partes.
Entretanto, num comunicado enviado às redações na quarta-feira, os trabalhadores precários da RTP manifestam o seu apoio à manifestação convocada pelos estivadores e apelam à participação de todos os funcionários em situação precária na estação pública no protesto desta tarde.